O governo de Milei avança no fechamento dos serviços de plantão e internação, iniciando um processo de fechamento total do Hospital Nacional de Saúde Mental Laura Bonaparte. Esta sexta-feira, as autoridades hospitalares informaram a assembleia de trabalhadores da retirada dos referidos serviços, iniciando assim um processo de encerramento definitivo. No mesmo sentido, os dirigentes da ATE referiram ter conhecimento de que na próxima segunda-feira é possível que esta decisão governamental seja publicada através de um decreto no Diário da República.
Por Omar Rombolá. Fotos: Andrés Manrique. Videos: Karne de Máquina.
A resistência dos trabalhadores
A fachada do Hospital Laura Bonaparte, na rua Combate de los Pozos, é testemunha de encontros, abraços, sorrisos, angústias, rodadas de mate e algumas lágrimas que escorrem pelos rostos daqueles que dedicaram décadas de seu trabalho a esta instituição. Os trabalhadores estão concentrados, permanecendo em defesa do emprego e de um serviço essencial para a comunidade.
O ajuste sem fim
O governo Milei avança no encerramento dos serviços de guarda e confinamento, iniciando um processo de encerramento da instituição.
Isto foi comunicado ontem, sexta-feira, à assembleia de trabalhadores pelas autoridades do Hospital. O atual diretor do Hospital Christian Baldino afirmou que o encerramento dos serviços de plantão e internamento é “o passo anterior ao encerramento total do hospital”.
Após o abandono das instalações pelos gestores, os trabalhadores permaneceram e permanecem na instituição.
A mídia de massa desinforma
“Aqui não sobrou ninguém”, dizem Laura e Ana, funcionárias do hospital, ao mesmo tempo que explicam que há meios de comunicação que têm saído intencionalmente para dizer que há aqui 700 trabalhadoras que cuidam de 20 pacientes internados, “ isso é mentira, pois a orientação do Hospital não é a internação, mas sim o atendimento ambulatorial diário, por isso atendemos mais de 200 pacientes todos os dias, que vêm por questões de saúde mental e dependência química, repito, o Hospital não tem política. de internação, mas sim acompanhar o atendimento em seus consultórios e nos territórios.”
Desde o primeiro dia, a nova administração demonstrou a intenção de desmantelar a instituição, elevando para 90 dias os contratos que antes tinham prazo anual, com a clara intenção de não renová-los tão cedo.
Luta e Cultura
Este sábado durante todo o dia é realizado um dia cultural. A poesia mistura-se com mensagens de solidariedade de quem vem trazer o seu abraço em defesa da saúde pública, neste caso da saúde mental e do emprego.
São entre 600 e 700 empregos que seriam eliminados pela decisão de Milei e de seu ministro da Saúde, Mario Lugones.
Uma instituição ao serviço da saúde mental da população
O Hospital Laura Bonaparte é o único com especialização em saúde mental e dependências. Com base na Lei Nacional de Saúde Mental, foi convertido para incorporar o consumo problemático ao seu atendimento. Até o momento, em 2024, atendeu mais de 25 mil pessoas, entre meninas, meninos e adolescentes.
Uma grande mobilização está se formando em defesa da saúde pública
Este reajuste dos trabalhadores da saúde não se limita ao Hospital Bonaparte, mas há um reajuste geral com demissões em Posadas e outros hospitais. Com base nesta situação geral, foi lançada uma mobilização para a próxima terça-feira, 8 de outubro, do setor saúde em luta, a marcha é em direção ao Ministério da Economia e um dos pontos de concentração é o Hospital Garrahan às 11h.
Saúde, Educação e Aposentados, lugares privilegiados para a Motosserra Milei.
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/10/05/la-motosierra-de-milei-contra-la-salud-mental/