Como nunca antes, os povos indígenas sofrem forte assédio por parte dos poderes político e judicial.
E mais uma vez chegamos ao dia 12 de outubro. Data simbólica, se houver, para os povos indígenas. E vem carregado de sentimentos contraditórios, desde o desamparo ou a raiva pelas injustiças, até aos esforços para desenvolver estratégias que nos permitam enfrentar todas as agressões e violências contra o nosso povo.
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Com efeito, como nunca antes nos deparamos com uma onda de acusações, denúncias, ameaças de despejos, judicialização e eliminação de um importante órgão de reconhecimento das comunidades, tudo isso aumenta o nível de criminalização e omissão geral dos direitos indígenas.
Somente entre setembro e outubro, duas comunidades do povo Mapuche foram processadas com acusações de usurpação de seus próprios territórios, a Lof Quemquemtrew e a Lafken Winkul Mapu de Neuquén. Lá, 3 irmãos foram condenados no primeiro caso e 7 no segundo. Além disso, outro julgamento por usurpação dos irmãos de Lof Paicil Antreao de Villa La Angostura, também na mesma província, está previsto para os próximos dias de outubro.
Além disso, como se não bastasse, várias províncias aderiram ao RIGI, o que põe em perigo os territórios indígenas ao dar ao Estado provincial o poder de conceder licenças para diversas empresas extrativas.
E como toque final, no dia 30 de setembro, foi publicado no boletim oficial o desaparecimento do Cadastro Nacional de Comunidades Indígenas, RENACI, importante órgão de concessão de personalidade jurídica às comunidades indígenas. Embora se diga que este poder é transferido para as províncias, sabe-se que muitas delas não possuem esse Registo.
Mas bem, temos que reconhecer que embora existam muitas situações negativas, como sempre existem também expressões e estratégias para enfrentar as diferentes formas de opressão, racismo e colonialismo que revelam a resistência e a luta das comunidades. É por isso que devemos manter a esperança na execução de todos os tipos de estratégias para enfrentar todas as coisas negativas que temos sofrido.
Então, vamos agora ouvir testemunhos que têm a ver com as duas coisas. Contamos com a palavra de Romina Jones e María Isabel Nahuel, com dois irmãos indígenas presentes na mobilização pelas Universidades Públicas, e com a sempre correta palavra de Morales.
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/10/09/12-de-octubre-de-2024/