Especialistas que acessaram o plano de inteligência de 170 páginas elaborado pelo governo de Javier Milei confirmaram que seu texto permite a espionagem interna, proibida pela lei de inteligência nº 25.520. A novidade dispara alarmes no mundo sindical, que já foi vítima dessas práticas durante o governo Macri, com denúncias que foram parar na Justiça, como foi o caso da chamada “Gestapo anti-sindical”.

Edifício LATERAL. Foto: Jorge Larrosa.

A recente aprovação de um plano de inteligência pelo governo de Javier Milei gerou forte controvérsia, ao permitir que a Secretaria de Inteligência (SIDE) realizasse tarefas de “inteligência interna”, algo proibido pela Lei de Inteligência. O portal Política on-line Afirmou que segundo especialistas que acederam ao documento de 170 páginas, o plano, elaborado pelo titular da SIDE, Sergio Neiffert, “permite à SIDE caminhar qualquer cidadão” sob a desculpa de “antecipar acontecimentos ou circunstâncias que condicionem a relação com os Estados Unidos e Israel ou corroer a frente financeira, as políticas económicas ou as empresas”.

Entre as preocupações mais notáveis, o plano permitiria também a investigação de sindicalistas e outros atores da sociedade que possam ser considerados uma ameaça ao governo, como já foi relatado durante os governos de Mauricio Macri e María Eugenia Vidal, nos casos de espionagem . ilegal e na chamada “Gestapo anti-sindical”.

A ambiguidade na redação do documento é alarmante, pois estabelece a necessidade de detectar “situações, atores ou circunstâncias” que afetam “a relação estratégica” com os países aliados. Isto, segundo os especialistas, deixa a porta aberta para considerar qualquer manifestação ou crítica pública como uma ameaça, permitindo ao SIDE agir sobre “qualquer manifestação nas ruas ou nas redes”.

O documento também inclui seções que parecem refletir interesses pessoais e falta de seriedade na montagem do documento. Um especialista que concordou com o plano destacou que aparecem termos como “ultraespaço”, um conceito inexistente no jargão de inteligência que parece inspirado na série animada Pokémon, onde “ultraespaço” é “um universo alternativo e o lugar onde ultra- entidades vêm.” “Somos governados por um grupo de otakus”, disse ironicamente a fonte, referindo-se à influência da cultura japonesa sobre alguns membros do ambiente libertário.

Santiago Caputo.

O plano vai além do controlo social, pois menciona a monitorização de “actores estratégicos, factos ou circunstâncias” que possam minar a confiança nas políticas económicas ou no sistema financeiro do país, o que inclui críticas públicas ou publicações nas redes sociais. A actual lei de inteligência proíbe expressamente este tipo de informação sobre pessoas “devido à sua raça, fé religiosa, acções privadas ou opinião política”, mas o documento parece desconhecer tais limitações.


Fonte: https://www.infogremiales.com.ar/alarma-por-el-plan-de-inteligencia-de-santiago-caputo-que-habilita-a-espiar-sindicalistas/

Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/11/13/alarma-por-el-plan-de-inteligencia-de-santiago-caputo-que-lo-habilita-a-espiar-sindicalistas/

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