Numa reunião recente sobre a consulta nacional indígena sobre biocombustíveis, realizada em Forrahue (região de Los Lagos), líderes dos povos indígenas denunciaram decisões legislativas que afetam os seus direitos, incluindo a suspensão de novos pedidos de ECMPO ao abrigo da Lei Lafkenche. Exigem o respeito pela Convenção 169 da OIT e apelam à sua declaração inconstitucional.
Povos originários rejeitam medidas legislativas que violem os direitos indígenas na Lei Lafkenche
No âmbito da consulta nacional indígena realizada nos dias 22 e 23 de novembro de 2024 na cidade de Forrahue, região de Los Lagos, representantes dos povos indígenas levantaram a voz para denunciar as recentes decisões legislativas que afetam os direitos.
A atividade, vinculada às regulamentações da Lei nº 21.499 sobre biocombustíveis sólidos, Foi também um palco para tornar visível a polêmica gerada no Congresso a respeito dos Espaços Marinhos Costeiros para Povos Nativos (ECMPO).
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Durante o dia, foi noticiada a aprovação no Senado de uma medida que suspende novos pedidos de ECMPO e elimina o orçamento desta lei em 2025, segundo a Lei Orçamental desse ano. Os líderes descreveram esta decisão como uma “perseguição sistemática contra os direitos dos povos indígenas”. Além disso, destacaram que as iniciativas promovidas pelos deputados Mauro González (região de Los Lagos) e Marcia Raphael (região de Aysén) carecem de constitucionalidade.
“Exigimos que o presidente Gabriel Boric use seu poder de veto para impedir esta indicação inconstitucional que viola os direitos protegidos pela Convenção 169 da OIT”, declararam os presentes. Da mesma forma, pediram a não modificação da Lei Lafkenche, originalmente promovida pelos senadores Fidel Espinoza, Álvaro Elizalde (hoje ministro), Carlos Kuschel e David Sandoval. Segundo os dirigentes, qualquer alteração a estes regulamentos sem consulta prévia representa uma violação dos tratados internacionais ratificados pelo Chile.
A declaração assinada pelos representantes do Povos Diaguita, Coya, Changos, Kawesqary Mapuche, entre outros, reafirmou a importância de proteger o mar como bem coletivo e cultural. “Não é apenas um recurso, é a nossa história e a nossa identidade”, indicaram.
A consulta também foi utilizada como um espaço para abordar os desafios atuais em torno da representação e participação dos povos indígenas na tomada de decisões que afetam os seus territórios. A exigência é clara: respeitar os direitos adquiridos e garantir a consulta prévia, livre e informada como mecanismo fundamental para qualquer modificação legislativa.
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/11/26/pueblos-originarios-de-chile-exigen-que-se-declare-inconstitucional-indicacion-contra-ley-lafkenche/