Membros do Congresso Nacional Africano e do Partido Comunista Sul-Africano manifestam-se na entrada da embaixada de Israel em Pretória, África do Sul, em 20 de outubro de 2023. | PA
A África do Sul encaminhou Israel ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para uma investigação sobre alegados crimes de guerra cometidos em Gaza, disse o presidente Cyril Ramaphosa na quinta-feira.
Isto acontece no momento em que o ataque ilegal israelita ao maior hospital de Gaza não conseguiu até agora revelar o centro de comando do Hamas que as autoridades israelitas disseram estar no local.
Os legisladores sul-africanos deveriam concordar com uma moção apresentada pelo partido de oposição Lutadores da Liberdade Econômica e apoiada pelo governante Congresso Nacional Africano na quinta-feira, pedindo o fechamento da embaixada de Israel na África do Sul e o corte de todos os laços diplomáticos com o país até concorda com um cessar-fogo em Gaza.
O Presidente Ramaphosa disse: “Apresentámos um encaminhamento porque acreditamos que estão a ser cometidos crimes de guerra naquele país.
“E, claro, não toleramos as ações tomadas anteriormente pelo Hamas, mas da mesma forma condenamos as ações que estão atualmente em curso e acreditamos que justificam uma investigação por parte do TPI.”
A ação da África do Sul ocorreu um dia depois do ataque ao hospital al-Shifa, em Gaza, pelas tropas israelenses, em busca de vestígios do Hamas dentro e abaixo da instalação, onde recém-nascidos e centenas de outros pacientes sofreram durante dias sem eletricidade e outras necessidades básicas. .
As tropas israelitas detiveram técnicos responsáveis pelo funcionamento do seu equipamento, informou o Ministério da Saúde de Gaza num comunicado. Israel não conseguiu apresentar qualquer prova de que o Hamas tenha utilizado os pacientes, funcionários e civis ali abrigados para fornecer cobertura aos seus combatentes.
Mais de 1,5 milhões de pessoas foram deslocadas internamente em Gaza, tendo a maioria fugido para o sul, onde os alimentos, a água e a electricidade são cada vez mais escassos.
A guerra, agora na sua sexta semana, foi desencadeada por um ataque surpresa do Hamas em 7 de Outubro, durante o qual mais de 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 240 feitas prisioneiras de guerra.
Cerca de 12 mil palestinos foram mortos, dois terços deles mulheres e menores, segundo as autoridades de saúde palestinas. Outros 2.700 foram dados como desaparecidos, e acredita-se que a maioria esteja soterrada sob os escombros.
Na quarta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou uma resolução apelando a pausas humanitárias urgentes e corredores em Gaza. A votação no conselho de 15 membros foi de 12 a 0, com a abstenção dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da Rússia. Moscovo não apoiaria a medida porque esta não incluía a exigência de um cessar-fogo.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, emitiu uma declaração concisa, dizendo que a resolução “está desconectada da realidade e não tem sentido”. Ele declarou que “Israel continuará a agir até que o Hamas seja destruído e os reféns sejam devolvidos”.
Estrela da Manhã
Fonte: www.peoplesworld.org