Nesta sexta-feira, o Encontro Memória Verdade e Justiça mobilizou a Casa da Província de Jujuy para denunciar a onda de prisões arbitrárias desencadeada por Gerardo Morales visando frear o protesto social.

Movimentos sociais e organizações de direitos humanos, juntamente com grupos e organizações sindicais, políticos, indígenas e outros, mobilizaram nesta sexta-feira a Casa da Província de Jujuy, repudiando a escalada repressiva desencadeada naquela província e exigindo a libertação imediata de todos os detidos arbitrariamente por protestando contra a reforma antidemocrática da Constituição provincial.

Às 17h começou a concentração no Obelisco para marchar em direção à Casa da Província de Jujuy, localizada na Av. Santa Fe 967. A mobilização começou a partir das 18h, com uma cabeça comum que exigia “Basta de repressão em Jujuy!”.

Entre os que aderiram à convocação para o Encontro Memória da Verdade e Justiça estavam a Associação de Ex-Detentos Desaparecidos (AEDD), a Coordenadoria de Combate à Repressão Policial e Institucional (CORREPI), o Centro dos Profissionais de Direitos Humanos (Ceprodh), a Coordenadoria de Mudança, organizações de trabalhadores como professores Ademys, AGD-UBA, Comissão Interna do Hospital Garrahan, movimentos sociais como FOL e Cuba MTR, e partidos de esquerda como PTS, Esquerda Socialista, PO, MST, Polo Obrero, Nuevo MAS, entre outros. Diferentes centros de estudantes secundários e terciários também aderiram.

Compartilhamos o documento do Encontro Memória, Verdade e Justiça:

Buenos Aires, 14/07/23

Libertar detidos em Jujuy
Todo o apoio à greve e à luta dos professores
Abaixo a reforma de Morales e da PJ

A partir da Reunião Memoria, Verdad y Justicia, marchamos mais uma vez até a Casa de Jujuy para exigir a libertação imediata de novas prisões arbitrárias naquela província, acusando de “sedição” aqueles que há semanas enfrentam nas ruas a reacionária reforma constitucional que o O governador Gerardo Morales, candidato à vice-presidência de Horacio Rodríguez Larreta, promovido com a cumplicidade da PJ.

As batidas violentas se somam às dezenas de mandados de prisão emitidos nas últimas horas em Humahuaca e San Salvador, em uma nova virada repressiva do parafuso por parte de Morales e seu governo. Da mesma forma, expressamos nosso apoio à greve realizada pelos sindicatos da Multissetorial Jujuy contra a referida reforma, que não só subjuga o direito elementar de protesto, mas também abre as portas para a entrega de bens comuns como o lítio, em uma nova tentativa para desapropriar as comunidades originais e toda a cidade.

Morales aplica uma política de perseguição visando deter a luta dos trabalhadores de Jujuy. O Ministério Público Estadual anunciou 150 indiciamentos e uma “comissão” truta foi formada para investigar os acontecimentos de 20 de junho. Apesar de não ter votado nela, a PJ concorda que houve “infiltrados” e Rubén Rivarola, aliado de Morales, pediu-lhe que “investigasse a justiça” viciada na governadora.

Mas essas tentativas de intimidação têm falhado. Anteontem a Polícia Provincial entrou ilegalmente na Universidade de Jujuy, violando a autonomia universitária, ao mesmo tempo em que exigia que o Conselho Superior se pronunciasse contra a reforma, mas foi rejeitada por alunos e professores.

Entre os detidos ontem em San Salvador e Humahuaca estão o professor da UNJu Iván Blacutt (IS-FITU), Santiago Zamora (CCC), Walter Puca, Gabino Cruz, Héctor Gerónimo, Martín Abad, José Donaire, Nasib Mamani e Leonel Liborio. Também o advogado Santiago Nallar, enquanto seus colegas Ariel Ruarte, René Casas. Roberto Alemán e Alicia Chalabe têm um mandado de prisão por exercer o direito democrático de petição. O mesmo foi o líder docente Miguel Ramos e Gabriel Taboada, Luis Zalazar, José Luis Vilca, Nelson Mamani, Walter Brizuela, Arnold Flores, Lautaro Rivero, Leonardo Rosales, Gonzalo Marino Díaz e Fabián Cruz, que participaram dos protestos.

O povo de Jujuy continua lutando, com marchas de tochas, bloqueios de estradas apesar das ameaças e greves como a da escola primária da ADEP, apesar dos duros descontos salariais. O CTERA deve convocar uma greve nacional de apoio aos professores de Jujuy, assim como a CGT e CTA de Jujuy devem se unir à greve de professores, municípios, saúde e outros setores, no caminho de um plano de luta contra a reforma repressiva.

Em defesa dos direitos e liberdades democráticas, desde o Encontro Memória, Verdade e Justiça insistimos:

Liberdade aos detentos de Jujuy!
Chega de repressão!
Todo o apoio à greve e à luta dos professores e outras mobilizações populares!
Abaixo a reforma de Morales e da PJ!

Fonte: https://argentina.indymedia.org/2023/07/15/movilizacion-en-caba-contra-la-represion-en-jujuy/

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