Os Rolling Stones têm um novo álbum. A temporada da NBA está em andamento. O cabo flui. Barbie quebra recordes. É uma farra de paraíso lá fora.

Simultaneamente, exércitos de última geração desencadeiam o inferno sagrado. As águas altas inundam as cidades. As águas baixas drenam os aquíferos. A intolerância egocêntrica crema o amor. A negação da cabeça na terra alimenta uma hipocrisia horrível. A covardia recorde ocupa o centro do palco. É um inferno lá fora.

Estas coisas estão além das palavras, além da dor, além do desejo, além da vergonha, além do sentimento, além da razão. Viva a minha equipe. Incinere sua equipe. Uma selfie para mim. Mil milhões de cortes para você. Bem-vindo ao mundo, 2023. As borboletas gritam.

Assassinato em câmera lenta se torna assassinato em massa. Mentiras ocasionais tornam-se uma cacofonia quase permanente. Por que fazemos o que fazemos? É apenas porque é o que fizemos e, tendo feito isso… fazemos de novo. E faça de novo. Até a morte. A ciência se encolhe. O respeito murcha. A verdade se torna fábula. É este o nosso destino? Isso é humanidade? Para receber roboticamente robôs que parecem humanos? Para dar as boas-vindas ao amor robótico entregue por um drone violento? Os cães choramingam.

A violência se autodenomina virtude. A violência se espalha. A violência se torna viral. A violência chega ao primeiro lugar com uma bala. A violência é fome e bombas. A violência são furacões e inundações. A violência é arregimentação e fiscalização. Violência é estupro. A violência está no shopping. A violência está nas escolas. A violência está em ação. A violência está na cozinha. Relatos de violência me veem em todos os lugares. A violência grita que estou ótimo. Os foles de violência curvam-se diante de mim. A violência exige que você fique de joelhos por mim.

Regras de lucro. A ganância agarra riquezas. Os idiotas dominam a guerra. Os lunáticos lubrificam a autodestruição com óleo. Pregadores oram aos deuses da cobertura. Aprenda o ódio. Ensine o ódio. Mirar. Atirar. Lamentar. Queimem-se. O céu chora.

Mas espere. As demandas proliferam. Exigências de paz. Exigências de cuidado. Exigências de saúde. Exigências de conhecimento. Exigências de cura sexual. Exige o fim dos lucros dos bilionários. Exige o fim da chefia. Exige o fim da corrosão das cores. Exige o fim da atrofia de vidas. Exigências de dignidade. Salve o planeta. Salve-nos. Pare de atirar, caramba. Pombas acordadas.

As exigências são boas, muito boas, mas as exigências precisam de planos cuidadosos e esforços contínuos. Planos cuidadosos e esforços contínuos precisam de muitas e muitas pessoas. Para envolver muitas e muitas pessoas, e depois mais pessoas, e ainda mais pessoas, é preciso ouvir e ouvir. Ouvir e ouvir precisam de vozes claras. Precisa de ações inspiradoras. Precisa de ouvidos bem abertos. Dedução: para ter muitas, muitas pessoas, precisamos que as pessoas vejam possibilidades de acolhimento esperançosas, precisamos que as pessoas antecipem o valor. Precisamos que as pessoas compartilhem onde querem ir e como chegar lá.

Nossos tempos são na nossa cara nojentos. Nossos tempos são extraordinariamente suicidas. Incrivelmente descarado. Incrivelmente flagrante. De um lado, o ressurgente apocalipse nazista grita ódio. Por outro lado, a liberdade, a dignidade, o respeito, a ajuda mútua e um novo mundo exigem luta. De que lado está nosso amigo? Olhe atentamente. De que lado você está? Qual lado?

Chega de picuinhas. Chega de fantasmas. Não há mais auto-ilusão. Não há mais negócios como sempre. Não há mais atordoamento escolar. Não há mais agenda de ontem. Não há mais desculpas para se juntar ao lado errado. Melhor é possível. Melhor é necessário. Melhor significa dignidade. Melhor significa vida. Não há mais acomodação. Chegou a hora hoje.

Não há maneira de contornar isso. Seremos parte do problema ou parte da solução. Não podemos mais negar, temer, ridicularizar ou representar mudanças fundamentais. Mas não vamos ganhar o mundo de um só gole. A retórica de um gole só é um disparate glutão. Reunir apoio leva tempo. A história leva tempo. Para vencer precisamos unificar muitos tópicos. Unificar muitos fios exige que entrelacemos inúmeras etapas parciais que superem o passado e construam o futuro. Passos de género, passos culturais, passos legislativos, passos económicos, passos ecológicos e passos internacionais que visam onde queremos chegar. Tudo isso se cruza.

Chega, chega, chega de negar o óbvio. Nossa busca, nosso trabalho, nossa agenda, nossa profissão, o que admiramos, o que aspiramos, o que respeitamos, o que celebramos, quem queremos ser, quem devemos ser e quem seremos tem que se tornar inteligente revolucionário. Temos que nos tornar revolucionários atenciosos, maduros e sóbrios.

Passo a passo, temos que fazer, fazer, fazer até nos civilizarmos, até civilizarmos o mundo. Chegou a hora hoje.


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Fonte: https://znetwork.org/znetarticle/time-has-come-today/

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