O trabalho de resgate continua depois que uma chuva torrencial trouxe inundações e deslizamentos de terra para a área costeira do estado de São Paulo.
O número de pessoas mortas por inundações e deslizamentos de terra no estado brasileiro de São Paulo aumentou para 44 enquanto equipes de resgate continuam em busca de sobreviventes.
Em um comunicado na terça-feira, o governo do estado disse que cerca de 2.500 pessoas permanecem desabrigadas ou deslocadas pelo desastre, com o trabalho de resgate em andamento. Muitas estradas na região também permanecem bloqueadas por deslizamentos de terra.
“Não havia como ir a lugar nenhum”, disse à AFP Gabriel Bonavides, que estava em uma casa alugada com amigos quando ocorreu o desastre. “Deixamos o carro lá e tivemos que voltar de barco.”
A cidade de São Sebastião foi a mais atingida, com 43 das 44 mortes depois que uma torrente de lama e escombros varreu a cidade, deixando casas inundadas e moradores vasculhando os destroços.
As inundações ocorreram depois que a cidade recebeu um recorde de 600 mm (24 polegadas) de chuva em apenas 24 horas. Levantando os danos e se reunindo com autoridades locais na segunda-feira, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que a tragédia ressalta a necessidade de práticas de construção mais cuidadosas.
Desastres naturais podem se tornar mais mortais quando combinados com fatores como má construção ou desenvolvimento em áreas propensas a inundações.
Estima-se que cerca de 9,5 milhões de pessoas no Brasil vivam em zonas de alto risco de inundações e deslizamentos de terra, muitas delas em comunidades pobres com construção improvisada.
A região de São Paulo também é um destino popular durante o feriado brasileiro conhecido como Carnaval e atrai visitantes com suas praias renomadas.
Os eventos de carnaval foram cancelados em áreas impactadas, como São Sebastião, Ubatuba, Ilhabela e Bertioga.
Lula prometeu que São Sebastião poderia “contar com o governo federal” em um post no Twitter na segunda-feira e disse em comentários no mesmo dia que a cidade seria reconstruída com moradias erguidas em áreas mais seguras.
As autoridades disseram que mais de 760 pessoas perderam suas casas durante o desastre e mais de 1.730 foram evacuadas temporariamente.
No início da terça-feira, os moradores de Juquehy, perto de São Sebastião, estavam nervosos, pois novas chuvas resultaram em mais deslizamentos de terra. Cerca de 80 pessoas deixaram suas casas, mas nenhuma vítima foi relatada.
Fonte: www.aljazeera.com