Os presidentes do Brasil e da China destacam a importância do relacionamento bilateral nas conversas para fortalecer o comércio.
Os presidentes do Brasil e da China se comprometeram a fortalecer a cooperação entre os dois países, já que Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping mantiveram conversas amplamente esperadas na capital chinesa.
O encontro desta sexta-feira em Pequim ocorreu no segundo dia da visita de Lula à China, o mais importante parceiro comercial do país sul-americano.
Suas conversas se concentraram principalmente em laços comerciais e outras formas de cooperação, mas também abordaram o conflito na Ucrânia, com os líderes concordando com a necessidade de um acordo negociado, de acordo com a emissora estatal chinesa CCTV.
“Como parceiros estratégicos abrangentes, a China e o Brasil compartilham amplos interesses comuns”, disse Xi, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China. “A China … vê o relacionamento como uma alta prioridade em sua agenda diplomática”, disse ele.
Lula, que assumiu o cargo no início do ano, tem buscado reatar as relações do Brasil com aliados, muitos dos quais foram testados sob seu antecessor de extrema-direita, Jair Bolsonaro. Ele também procurou reafirmar o papel do país na diplomacia internacional.
Bom dia, Brasil! Assinei agora com o presidente Xi Jinping acordos entre nossos países, para avançarmos em áreas como energias renováveis, indústria automotiva; agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura. 🇧🇷🤝🇨🇳
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/NQmW9WS2Lh
— Lula (@LulaOficial) 14 de abril de 2023
Em um tweet na sexta-feira, o presidente brasileiro disse que assinou acordos com a China em energia renovável, agronegócio, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura, entre outros setores.
Os dois governos assinaram 15 acordos ou MoUs que incluem a construção de um sexto satélite usado para monitorar a Amazônia e o desenvolvimento de tecnologia para telecomunicações 5G, internet e segurança cibernética.
Também concordaram em “explorar mecanismos para promover a cooperação bilateral em pesquisa científica e tecnológica e inovação industrial”.
Isso envolveria atividades conjuntas de pesquisa e desenvolvimento entre instituições públicas, privadas e acadêmicas, e o intercâmbio de cientistas e trabalhos científicos.
Os laços Brasil-China foram tensos sob Bolsonaro, que venceu a eleição presidencial brasileira de 2018 depois de fazer campanha com retórica anti-China.
Mas os dois países são grandes parceiros econômicos, com comércio bilateral totalizando US$ 150 bilhões em 2022, escreveram Ailsa Rosales e Alejandro Duran Carrete, analistas da S&P Global Market Intelligence, em nota informativa neste mês.
O Brasil exporta principalmente minério de ferro, soja e petróleo bruto para a China, enquanto os dispositivos semicondutores representam a maior parcela das exportações chinesas para o mercado brasileiro.
A visita de Lula à China segue-se a passagens pela Argentina e Uruguai em janeiro e pelos Estados Unidos em fevereiro, quando se encontrou com o presidente Joe Biden na Casa Branca.
Fonte: www.aljazeera.com