Pessoas deslocadas pela violência de gangues em um abrigo improvisado em Porto Príncipe, Haiti, em 4 de junho. | PA

Ativistas disseram na terça-feira que os Estados Unidos estão explorando forças por procuração com sua proposta de apresentar uma resolução das Nações Unidas para intervenção militar no Haiti. A nação caribenha tem lutado contra o agravamento da instabilidade política e econômica, agravada pela violência das gangues.

O Departamento de Estado dos EUA disse que em breve apresentará uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU para uma força multinacional para ajudar a combater as gangues no Haiti.

No sábado, o governo queniano se ofereceu para enviar 1.000 policiais ao Haiti para apoiar a polícia local, que foi dominada pelas gangues, que dominam grande parte do país.

A oferta foi bem recebida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que pressiona há meses para que o Conselho de Segurança autorize uma intervenção militar. O porta-voz da ONU, Farhan Haq, disse a repórteres que Guterres “valoriza a consideração do Quênia para possivelmente liderar uma força multinacional não pertencente à ONU”.

Os EUA pressionaram o Canadá para liderar uma força, já que o francês é amplamente falado no Canadá e no Haiti. Mas os canadenses até agora se recusaram a se envolver.

Apesar do problema da violência das gangues, muitos haitianos e seus apoiadores continuam se opondo a qualquer intervenção militar devido ao histórico desastroso de intervenções anteriores da ONU e dos EUA no país.

Grupos da sociedade civil haitiana citam problemas passados ​​causados ​​por intervenções estrangeiras e temem que a comunidade internacional esteja apoiando autoridades haitianas vistas como parcialmente responsáveis ​​pelas crises do país.

Os haitianos sofreram inúmeras intervenções militares estrangeiras em seu país, incluindo uma intervenção dos EUA em 1991 com o objetivo de remover um regime militar que havia derrubado o presidente Jean-Bertrand Aristide.

As implantações da ONU no Haiti também falharam. Os “pacificadores” enviados ao país após o devastador terremoto de 2010 foram associados a um surto de cólera que matou mais de 10.000 pessoas. E as tropas internacionais também foram acusadas de violência sexual generalizada.

O ativista e jornalista Dimitri Lascaris disse: “Já vimos esse golpe antes. O governo dos Estados Unidos está explorando cinicamente forças por procuração para impor sua vontade ao povo haitiano”.

Estrela da Manhã

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CONTRIBUINTE

Roger McKenzie


Fonte: www.peoplesworld.org

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