O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa responde a perguntas no parlamento na Cidade do Cabo, África do Sul, em 11 de maio de 2023. O embaixador dos EUA na África do Sul, Reuben Brigety, disse que o governo dos EUA estava certo de que a Rússia obteve armas da África do Sul e que foram carregadas em um cargueiro que atracou secretamente em uma base naval perto da Cidade do Cabo por três dias em dezembro. Ramaphosa disse que investigará a reclamação, mas declarou que a África do Sul não será arrastada para o conflito entre os EUA e a Rússia. | PA

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, insistiu na quinta-feira que seu país não será arrastado para a disputa entre as superpotências mundiais.

Num discurso em Krugersdorp, a oeste de Joanesburgo, para comemorar o Dia de África, Ramaphosa disse que o continente africano foi muitas vezes arrastado para conflitos que estavam muito para além das suas fronteiras e que pouco tinham a ver com eles.

Ele disse que a África do Sul continuará a seguir sua política externa independente e não alinhada.

Ramaphosa disse: “A África do Sul não foi e não será arrastada para uma disputa entre potências globais. Manteremos nossa posição sobre a resolução pacífica de conflitos onde quer que esses conflitos ocorram.”

O relacionamento da África do Sul com os Estados Unidos, um importante aliado comercial, está sob pressão desde que Pretória assumiu uma posição não alinhada na guerra da Rússia contra a Ucrânia.

A situação piorou ainda mais depois que o embaixador dos EUA na África do Sul, Reuben Brigety, acusou Pretória no início deste mês de vender armas para a Rússia. Ramaphosa concordou em investigar a alegação, mas disse que não havia evidências para apoiar as alegações.

A África do Sul tem uma relação histórica com a Rússia, ligada ao apoio militar e político da antiga União Soviética ao Congresso Nacional Africano quando era um movimento de libertação que lutava para acabar com o regime racista do apartheid.

Em seu discurso de quinta-feira, o presidente disse que países, incluindo a África do Sul, estavam sendo “ameaçados de penalidades” por seguirem uma “política externa independente” e por adotarem uma posição de não-alinhamento.

Ramaphosa disse que o continente tem lembranças dolorosas de superpotências estrangeiras conduzindo “guerras por procuração em solo africano”.

Pretória também está sob pressão por dizer que não pretende prender o presidente russo, Vladimir Putin, que visitará o país ainda este ano para a cúpula econômica do BRICS.

O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra Putin em conexão com o conflito na Ucrânia.

Estrela da Manhã


CONTRIBUINTE

Roger McKenzie


Fonte: www.peoplesworld.org

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