No dia 24 de julho, uma reunião convocada pelo prefeito da cidade de Las Toscas, Leandro Chamorro, com representantes da comunidade indígena Quompi, formada por membros dos povos indígenas Qom e Mocoit, se transformou em um episódio de discriminação e abusos. poder.


O encontro, solicitado pelo prefeito, teve como objetivo organizar um evento comemorativo na comunidade por ocasião do aniversário da cidade, que é comemorado no dia 23 de agosto. Mas a reunião acabou por se tornar uma demonstração de desprezo pelos direitos e dignidade da comunidade.

Durante o encontro, Chamorro impôs sua vontade de realizar o evento na comunidade, apesar da oposição das lideranças indígenas, que consideraram a proposta inadequada. Segundo depoimentos, o prefeito apresentou documentação falsa que, segundo ele, o autorizou a praticar o ato. Confrontado com a recusa da comunidade, Chamorro atacou com declarações ofensivas, referindo-se aos membros da comunidade Quompi como não-humanos e assumindo o crédito por tê-los humanizado, fornecendo-lhes serviços básicos, como água e electricidade. Esses comentários, além de serem profundamente insultuosos, refletem uma atitude colonialista estabelecida e compartilhada pela sociedade do norte de Santa Fé.

A situação agravou-se ainda mais quando o autarca, ao não obter autorização para a realização do evento, ameaçou a presidente da comunidade, Lorena Chara, com o corte dos serviços essenciais de água e electricidade, recolha de lixo e até desmantelamento da escola nocturna e do refeitório municipal. quarto para crianças. Além disso, alertou que deixaria sem emprego os membros da comunidade que actualmente trabalham no município se não fossem
Eles aceitaram suas condições. Em resposta a estas ameaças, a comunidade de Quompi apresentou uma queixa formal à esquadra da polícia local contra o presidente da Câmara pela sua discriminação, racismo e violência.

Continuação do conflito

Lorena Chara, presidente da comunidade, publicou hoje (23/08) um ​​vídeo em que conta as últimas notícias sobre o conflito. Na semana passada, a comunidade recebeu um convite do município informando que: foram selecionados pelo próprio prefeito da cidade para portar a bandeira no evento do dia 23 de agosto. Esta ação foi interpretada pela comunidade como uma tentativa de minimizar ou encobrir a situação de
violência e discriminação.

Esta não foi a única ação que Chamorro realizou, mas também lhes deu dinheiro para o refeitório, por meio de terceiros, mas não como prefeito da cidade, mas como doação pessoal. Lorena relata essa situação no vídeo:

Depois de ameaçar nos deixar sem refeitório, descobre-se que Leandro Chamorro enviou dinheiro, não como prefeito, mas do bolso pessoal.

Diante desta circunstância, a comunidade decidiu rejeitar o convite para portar a bandeira no evento de aniversário da cidade. Como Lorena menciona:

Neste pequeno pedaço de papel está a nossa dignidade, neste papel rejeitamos a honra de carregar a bandeira no dia 23 de agosto diante de mais de 25 mil pessoas. Não podemos carregar a bandeira escolhida por uma pessoa que nos chamou de desumanos…Nossa dignidade não tem preço, tudo o que queremos é respeito; Que quando se dirige à comunidade, que quando se refere aos nossos irmãos, nos fale com respeito, nada mais do que isso. Não queremos dinheiro, não queremos convites que não venham do coração, porque sabemos que há anos não somos convidados. Se não fosse a denúncia que foi tornada pública, o convite (para carregar a bandeira) não teria existido.

Também devolveram o dinheiro enviado por Chamorro: Devolvemos o dinheiro porque não queremos que os nossos filhos comam com o dinheiro de um homem que nos discrimina.. Este episódio destacou a discriminação e a violência persistentes enfrentadas pelas comunidades indígenas do norte de Santa Fé e destacou a necessidade de maior proteção e respeito aos seus direitos humanos e territoriais. A comunidade Quompi
continua a exigir que qualquer evento comemorativo seja realizado de forma inclusiva e com o seu pleno consentimento, reafirmando a sua autonomia e dignidade face a qualquer tentativa de opressão.

Refira-se que Chamorro já foi denunciado em 2018 pela repressão brutal e ilegal exercida sobre a comunidade Qom Nala de Las Toscas, que culminou com uma medida cautelar da Justiça Federal a favor dos indígenas após a intervenção de inúmeras organizações e organizações tanto de Santa Fé como nacionais.

As repercussões: a comunidade Quompi recebeu o apoio de diferentes comunidades de Santa Fé: Comunidade PIGNIK, Comunidade CAIASTA DE CAYASTA, Comunidade KAMI KAIA, Comunidade CACIQUE COLASHII, Comunidade MAPIC, Comunidade MOCOIC, Comunidade SECUNDINO CHARA, Comunidade NAPALPÍ, Comunidade AN AÑAXAG, continuam as assinaturas.

Redes comunitárias:

https://www.instagram.com/comunidadquompilastoscas?igsh=ZG1hYm9qYWYzaHcx

https://www.facebook.com/share/v/nS6KbmUgh33dcLyn/?mibextid=qi2Omg

Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/08/24/la-dignidad-no-tiene-precio-lo-unico-que-queremos-es-respeto/

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