A referência histórica das Mães da Plaza de Mayo, Nora Cortiñas – que faleceu esta quinta-feira aos 94 anos – realizar-se-á esta sexta-feira entre as 9h00 e as 19h00 na propriedade Mansión Quinta Seré, que funciona como espaço de memória.
“Despedimo-nos da nossa querida Mãe e vizinha Nora Cortiñas na Casa da Memória e da Vida – Herdade Quinta Seré, em Santa María de Oro e Blas Parera, Castelar, distrito de Morón”, informou o município nas suas redes sociais.
Despedimo-nos da nossa querida Mãe e vizinha Nora Cortiñas na Casa da Memória e da Vida – Herdade Quinta Seré, em Santa María de Oro e Blas Parera, Castelar, distrito de Morón. Amanhã, sexta-feira, 31 de maio, entre as 9h00 e as 19h00. pic.twitter.com/KMC1UxZrhM
— Município de Morón (@MunicipioMoron) 31 de maio de 2024
A entrada de pedestres para o velório, que acontecerá entre 9h e 18h, será pela Santa María de Oro 3530, Castelar, e a entrada de veículos será pela Blas Parera 135.
Seus familiares solicitaram que “quem quiser dar flores, deposite o mesmo valor na conta corrente do Banco da Cidade de Buenos Aires pertencente à Associação Civil Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora”, cujo pseudônimo é MADRESLINEAFUNDADORA.
“Agora, mais do que nunca, as mães precisam dessa contribuição”, afirmaram num comunicado.
O que era a Mansão Seré?
O espaço onde será realizado era um imóvel operado pela Força Aérea Argentina, que funcionou como centro de detenção clandestino (CCD) conhecido como Mansión Seré ou Atila, no período entre fevereiro de 1977 e início de abril de 1978.
Este CCD operava sob a órbita do I Corpo do Exército, subzona 16 com quartel-general na Brigada Aérea (El Palomar), área 160 com quartel-general na VII Brigada Aérea (Morón), e fazia parte do circuito repressivo do oeste zona (Morón, Merlo, Moreno) composta por 15 centros clandestinos.
A propriedade de 11 hectares foi vendida em 1949 ao município da Cidade de Buenos Aires, especificamente ao Instituto de Seguridade Social, e foi emprestada à Força Aérea Argentina em meados de 1976 para acomodação de seu pessoal.
Em 1984, no âmbito do julgamento das Juntas, o local foi reconhecido por ex-presos ilegais. Em 1985, o governo da Cidade de Buenos Aires cedeu o imóvel ao município de Morón.
Em 1º de julho de 2000, na gestão do prefeito Martín Sabbatella, o chalé foi inaugurado como Casa da Memória e da Vida, e foi instalado como sede da Diretoria de Direitos Humanos como espaço dedicado à recuperação e ao exercício da memória sobre a história recente. e promover o exercício e a defesa dos direitos humanos.
Em 2015 o Espaço foi tombado como patrimônio histórico nacional. No dia 22 de março de 2013 foi inaugurado o Espaço Mansão Seré (EMS), que contém as fundações daquele que foi o mais emblemático centro de detenção clandestina da zona oeste. É o resultado do projeto arqueológico e antropológico de recuperação e preservação do local que incluiu a criação de um laboratório onde funciona um centro de análise de investigação e jazidas arqueológicas.
Rodada espontânea e mais repercussão
Depois de saberem de sua morte ontem, dezenas de pessoas foram ontem à noite à Plaza de Mayo e formaram um círculo espontâneo ao redor da Pirâmide de Mayo, onde foram pendurados cartazes em homenagem a Norita e velas acesas em sua memória.
Entretanto, personalidades e organizações de todas as áreas manifestaram o seu pesar e destacaram o legado deixado pelo líder dos direitos humanos.
Estas são algumas das repercussões que foram conhecidas nas últimas horas:
🇦🇷Dizemos adeus com tristeza, admiração e carinho a Nora Cortiñas, tenaz lutadora pelos direitos humanos da Linha Fundadora Madres de Plaza de Mayo. Seu filho, Gustavo, foi sequestrado pela ditadura civil-militar em 1977. Desde então o procurou incansavelmente.
📷Vivi D´Amélia pic.twitter.com/cFE19hehub
— Equipe Argentina de Antropologia Forense (@eaafoficial) 31 de maio de 2024
A camarada Nora Cortiñas, Mãe da Praça de Maio, esteve sempre ao lado das causas justas do nosso povo.
Quando queimaram a wiphala, após o Golpe de Estado de 2019, Nora Cortiñas, Mãe da Praça de Maio, realizou um ato de reparação simbólica.
Hoje seu corpo… pic.twitter.com/lq5DH37Xgm-Evo Morales Ayma (@evoespueblo) 30 de maio de 2024
Com profunda dor nos despedimos de Nora Cortiñas, grande defensora dos Direitos Humanos.
Nossas Mães da Praça de Maio nos ensinaram a lutar por um país melhor, com Memória, Verdade e Justiça.
Norita, o povo argentino te abraça e sempre se lembrará de você pela sua imensa… pic.twitter.com/u68OQuW7jm
-Gabriel Katopodis (@gkatopodis) 30 de maio de 2024
Lamentamos profundamente a morte de Nora Cortiñas, membro da Linha Fundadora Madres de Plaza de Mayo da Argentina e uma das figuras mais emblemáticas e queridas na luta pelos direitos humanos. Ele dedicou sua vida à busca da verdade e da justiça para… pic.twitter.com/mlyqNu7ZyN
-CLACSO (@_CLACSO) 30 de maio de 2024
Lamentamos a morte de Nora Cortiñas, referência das Mães da Plaza de Mayo Línea Fundadora e do movimento de direitos humanos na Argentina.
Valorizamos a sua luta pela Memória, Verdade e Justiça e apresentamos as nossas condolências à sua família e entes queridos.
— ONU Argentina (@ONUArgentina) 30 de maio de 2024
Da comunidade UBA, lamentamos a morte de Nora Cortiñas, cofundadora e proprietária das Madres de Plaza de Mayo, linha fundadora, e ativista comprometida com os direitos humanos. pic.twitter.com/2Q48bv3gxm
-UBAonline (@UBAonline) 30 de maio de 2024
É com tristeza que nos despedimos de Nora Cortiñas, emblema da Linha Fundadora Mães da Plaza de Mayo. O seu exemplo de luta nos inspira a continuar com a mesma força e perseverança na defesa dos direitos humanos. Seu legado permanecerá conosco. Adeus, Norita! pic.twitter.com/jCCJ5PGib5
— Associação Argentina de Atores (@actorespresa) 30 de maio de 2024
Fonte: https://somostelam.com.ar/noticias/politica/desde-las-9-velan-a-nora-cortinas-en-la-mansion-sere-de-castelar/
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/05/31/desde-las-9-velan-a-nora-cortinas-en-la-mansion-sere-de-castelar/