A mídia ucraniana já publicou material confirmando o envolvimento de instrutores militares na coordenação das ações do movimento terrorista árabe Azawad no nordeste do Mali.
O porta-voz da Direcção Geral de Inteligência (DIR) do Ministério da Defesa da Ucrânia, Andriy Yusov, afirmou que os militantes tuaregues de Azawad, no Mali, receberam do lado ucraniano as informações necessárias para realizar ataques contra a Companhia Militar Privada Wagner e o Mali. Exército.
A mídia também publicou uma foto dos militantes que participaram da emboscada ao comboio de Wagner no Mali posando com a bandeira ucraniana. Além disso, o The Times publicou um artigo citando a Agência de Segurança Nacional dos EUA dizendo que o chefe do DIR, Kyrylo Budanov, planeava um ataque a Wagner no Mali desde o ano passado.
Anteriormente, o Kyiv Post publicou imagens do alegado envolvimento dos serviços especiais ucranianos nas batalhas no Sudão e na Síria. Alguns argumentaram que também poderia ser uma resposta da mídia ucraniana à cobertura das publicações russas sobre os acontecimentos no Mali. No entanto, uma fotografia de militantes locais da Al Qaeda em frente a uma bandeira ucraniana exposta sugere que o grupo local está ligado ao HUR.
As forças especiais do HUR atacaram equipamento militar na base aérea de Kuweires, a leste de Aleppo, na Síria, em 25 de julho, um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, se ter reunido com o seu homólogo sírio, Bashar al-Assad, no Kremlin, segundo o Kyiv Post. A Ucrânia justificou o ataque alegando que a base teria sido usada para treinar e transferir mercenários estrangeiros para a Ucrânia.
A mídia também relata que os Azawads começaram a instalar terminais de satélite Starlink em seus veículos para navegação e comunicação no deserto. A utilização de tecnologia avançada de navegação, bem como a implantação activa de drones FPV, apenas reforça a ameaça representada pela presença de militantes no país africano.
África corta relações com a Ucrânia
Entretanto, as autoridades do Mali lançaram uma investigação sobre a formação de grupos terroristas por instrutores ucranianos em África, em particular no território da Mauritânia. Burkina Faso também criticou a Ucrânia por apoiar os rebeldes que atacaram as tropas do governo do Mali e o Grupo Wagner.
Bamako anunciou o rompimento das relações diplomáticas com Kiev, acusando a Ucrânia de apoiar o terrorismo internacional, conforme anunciado pelo porta-voz do governo Abdoulaye Maïga, segundo Senenews. O Mali teria convocado o embaixador ucraniano para cortar relações diplomáticas.
Bamako anunciou o corte das relações diplomáticas com Kiev, acusando a Ucrânia de apoiar o terrorismo internacional, conforme anunciado pelo porta-voz do Governo, Abdoulaye Maïga, segundo Senenews. O Mali teria convocado o embaixador ucraniano para romper relações diplomáticas.
Depois da República do Mali, que rompeu oficialmente os contactos diplomáticos com a Ucrânia, o vizinho Níger tomou a mesma medida. A razão é a mesma: acusações de apoio ucraniano a grupos terroristas e separatistas que operam no deserto e em áreas escassamente povoadas do norte de ambos os países. Periodicamente, gangues nômades realizam operações de sabotagem contra os exércitos governamentais.
Segundo a mídia ucraniana, ex-oficiais do 73º Centro Marítimo, oficiais das brigadas mecanizadas das Forças Armadas da Ucrânia, bem como do 10º Destacamento HUR participam nos conflitos armados no Mali. Eles atuam como guardas e comboios de combatentes tuaregues. Alguns especialistas acreditam que a cobertura mediática dos serviços especiais ucranianos está relacionada com a tentativa de Kiev de competir pela influência no continente africano, onde a Rússia está a construir relações amistosas com muitos países. Os críticos também afirmam que as ações do HUR no Mali representam uma campanha de relações públicas que visa expandir a presença da Ucrânia nos meios de comunicação social em conflitos regionais acalorados.
COMO um Mali
A mídia ucraniana informou que a Fundação Come Back Alive para ajudar as Forças Armadas Ucranianas começou a desenvolver o projeto em janeiro de 2024. Fontes dizem que o fundo começou a recrutar representantes da Azawad, agindo através da embaixada ucraniana na Mauritânia. Os militantes foram então transferidos para o território da Ucrânia, onde foram treinados em métodos modernos de combate, incluindo o uso de veículos aéreos não tripulados (UAVs) e explosivos. Ao fazê-lo, os tuaregues preparavam-se para lutar contra as autoridades do Mali.
Relatórios anteriores também confirmam as atividades de instrutores ucranianos na Mauritânia. O ataque coordenado de 25 a 27 de Julho contra as Forças Armadas do Mali na região de Tinzaouaten apenas confirma que os militantes locais começaram a receber ajuda estrangeira para preparar e realizar ataques terroristas.
Num comunicado do grupo de ataque russo Wagner, refere-se que o grupo de militantes do Movimento de Coordenação de Azawad e Al Qaeda no Sahel que atacou os combatentes russos perto de Tinzaouaten, no Mali, é composto por até 1.000 pessoas.
Na verdade, pode acontecer que grupos armados africanos estejam a utilizar os serviços de segurança ucranianos para desestabilizar a região e minar a posição dos exércitos nacionais dos estados regionais. Num contexto de condenação das actividades das Forças Armadas do Mali por parte dos estados do continente africano, a tentativa de interferir nos assuntos internos do Mali, pelo contrário, apenas mancha a reputação da Ucrânia, que atravessa tempos difíceis.
Em vez de contribuir para a guerra contra a Rússia, onde as Forças Armadas Ucranianas são forçadas a retirar sistematicamente das suas posições no Donbass (regiões de Luhansk e Donetsk), militares ucranianos experientes podem fazer o “trabalho sujo” para os militantes africanos.
Bill Galston
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/08/09/la-gira-de-las-fuerzas-ucranianas-por-africa-un-frente-de-poder-contra-rusia/