Este ano a Campanha “do papel ao poder” continua sua alfabetização e é promovida pela Rizoma, equipe de educação popular da FOL Eléctrico Sur. O último encontro realizado em novembro foi aberto e contou com a participação de 20 pessoas de diversos espaços da FOL e de outras organizações sociais.
Nascida na Regional Norte, entre 2015 e 2016, a Campanha “do papel ao poder” continua a trabalhar pela alfabetização de crianças, jovens e adultos. É promovido pela equipe de educação popular da regional sul do FOL, que passou a se chamar Rizoma durante a pandemia de covid 19 porque não participa apenas da alfabetização, mas também de diversos espaços que precisavam treinar e pensar em planos. “Ajudamos a partir daí: montagem de oficinas, planejamento de material, atividades em espaços infantis, educação, bachi”, diz Cristina, uma das colegas de Rizoma.
“Este ano é a primeira alfabetização ampla e aberta que convocamos pós-pandemia e que realizamos novamente em La Toma, com a participação de 20 pessoas que se dedicam a alfabetizar em diferentes espaços e esses encontros são muito ricos, acrescentam até muita coisa”, diz Cristina. Participaram integrantes de diversos espaços de educação e infância da FOL, do Colégio Popular do Galpão Cultural Claypole, e também participaram de outros grupos, da Frente Darío Santillán e compas que estão alfabetizando em Ciudad Oculta, em CABA.
Ao contrário de outros, a particularidade da formação de dois encontros no sábado, dias 4 e 11 de novembro, das 10h00 às 13h00, é que o apresentaram e planearam a partir do percurso que têm feito com a participação de ambos os colegas que estão a aprender a ler. e escrevem e também colegas que estão sendo alfabetizados, ou seja, os alfabetizados. “É assim que mostramos o trabalho no terreno, a partir do teórico que pode ser visto na prática, na realidade, no bairro, que eles podem contar na primeira pessoa para alguém que se alfabetizou na idade adulta, num bairro popular, o que aconteceu com eles., como ele chegou, como muitas questões entraram em jogo ao se aproximar de um espaço de alfabetização. Então aí estamos combinando isso, o que estamos lendo no âmbito da educação popular e da teoria psicogenética, e o que está acontecendo conosco no território”, diz Cristina.
“A Campanha surgiu quando o FOL ainda fazia parte de La Brecha para responder à necessidade de alfabetização dos amigos do bairro, amigos que não sabiam ler nem escrever, adultos e jovens, e ao mesmo tempo levantar a ideia que os professores de Alfabetização têm que ser formados”, diz Cristina, lembrando dos primórdios na regional Norte que depois chega à regional Sul. “Quem assumiu foi Julian Odriozola, que começou a montar uma equipe com base na bibliografia, nos módulos e no planejamento realizado.”
Cristina conta que naquela época eles se conectavam com programas educacionais do CABA e sobretudo de uma cátedra da Faculdade de Filosofia e Letras do Programa de Ciências da Educação, que pesquisa e trabalha a partir da teoria psicogenética para ensinar jovens e adultos a ler e escrever. “Então aí eles começam a montar uma formação para convocar e formar professores alfabetizadores que possam depois ir para os bairros, a partir dessa teoria e do arcabouço da educação popular. “Isso é como uma primeira proposta”, explica ele. Foi a primeira chamada ampla, aberta a qualquer espaço dedicado à alfabetização.
O nome papel para o poder foi pensado na Regional Norte e hoje a equipe da Rizoma continua pensando que “vem da linha de pensamento da concepção integral de alfabetização: quando se acessa a leitura e a escrita, também se acessa um mundo e “Quando se acessa a leitura e a escrita, se acessa também um mundo e “Quando você fica excluído do sistema escrito, você também fica excluído desse mundo”, diz Cristina e reflete: “é pensar no componente político que a alfabetização tem e a partir daí propomos que alfabetizar dá poder, posições de outro lugar talvez associando-o um pouco também ao conceito de poder popular”.
A alfabetização é construída
“O referencial é baseado na teoria psicogenética, que afirma que a alfabetização se constrói: trabalhamos a partir de um texto significativo, partimos da unidade mínima que é a palavra, da palavra significativa que tem significado para a pessoa e não da letra isolada. , descontextualizado”, explica Cristina. Nesse sentido, “tudo o que tem a ver com a descodificação, ou seja, compreender o som da letra, poder reconhecê-la, compreendê-la, ocorre num espaço de apropriação comunitária do conhecimento, a partir da implantação de práticas de linguagem escritas”. e orais, mas que possuem um significado social, então também se baseia nos saberes e conhecimentos que a pessoa possui, que chegou à idade adulta trabalhando, constituindo família, inserida na comunidade sem saber ler e escrever, por isso compartilham uma muito conhecimento.”
Da Rizoma destacam que os espaços onde se realiza a alfabetização são muito úteis porque as palavras que estão em algum cartaz na parede têm significado e às vezes são questões de como está organizado o bairro, da economia, da próxima marcha, então são palavras que têm um significado e podem ser fontes de informação onde você pode pesquisar como essa palavra começa. Trata-se de “como posicionar o sujeito que aprende como um sujeito ativo que está demonstrando muito conhecimento para depois poder ler por si mesmo”, explica Cristina.
Um exemplo é Ezequiel, colega que se alfabetizou no espaço FOL que funciona em Guillón. Trabalhou na colheita desde muito jovem em Santiago del Estero e mais tarde foi boxeador. Cristina conta a sua história porque “tinha muitos conhecimentos que partilhou e a partir daí começou a ler e a escrever”
A Campanha Paper to Power propõe trabalhar a partir da prática da leitura para si e através dos outros. “Nosso parceiro pode estar lendo um livro, um poema, uma música, uma história em quadrinhos, uma matéria de jornal e o parceiro que ainda não é alfabetizado escuta e ao ouvir está implantando uma série de processos cognitivos que também lhe permitem ler, mas é uma leitura através do outro porque o outro dá a voz”, explica Cristina.
A primeira formação que fizeram foi em 2016 no Instituto Lomas de Zamora, escola de gestão cooperativa da Zona Sul que lhes cedeu o prédio. No ano seguinte e em 2018 voltaram a treinar no centro cultural La Toma de Lomas.
“A partir daí surgiu nas assembleias a necessidade de espaços de alfabetização que se realizavam em espaços FOL: no Centro Cultural 6 de Febrero, em Guillón e outro no bairro El Triunfo, no Centro Cultural Amanecer sin Fronteras”, diz Cristina. Este último envolve o espaço de infância frequentado por filhos e filhas de colegas do FOL, e também é aberto à comunidade para que às vezes eles venham fazer aulas de apoio e a partir daí aprendam a ler e a escrever.
Alfabetização, a viagem de ida e volta
A forma de funcionamento entre os espaços de alfabetização a partir de então foi com encontros presenciais mensais. “É um conceito importante de educação popular, que é práxis, a teoria se constrói com a prática, e a prática também se tira da teoria. Foi assim que pensamos na abordagem, na montagem dos materiais, como planejar o primeiro encontro, o que levar em conta na hora de ensinar jovens e adultos a ler e escrever. Estávamos desenvolvendo esses encontros ao longo de 2019.”
A partir de 2020, a Rizoma foi formada, expandindo-se com formação em Guernica e no centro cultural Metamorfosis em Esteban Echeverría, e em 2021 e 2022 com formação interna no FOL, no bairro La Victoria.
Os desafios da alfabetização
Cristina diz que os principais desafios da alfabetização são sobretudo tentar libertar os adultos da vergonha do preconceito. “Às vezes muitos já passaram pelo ensino fundamental e até pelo ensino médio, e chegam com notas que você não aprendeu porque não tinha inteligência, porque não tinha um certo nível de inteligência, porque estava faltando alguma coisa , todas aquelas conotações que aparecem na escola, então isso também tem que ser desmontado para que a alfabetização seja alcançada”, afirma Cristina.
Fonte: https://folweb.com.ar/nota/2447/sigue_la_campana_del_papel_al_poder_2023/
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2023/11/18/sigue-la-campana-del-papel-al-poder-2023/