Peritos forenses de Porto Alegre trabalham para determinar a causa do incêndio e identificar as vítimas.
Pelo menos 10 pessoas morreram na sequência de um incêndio num hotel extinto que estava a ser usado como abrigo improvisado para sem-abrigo na cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil, disseram autoridades.
Equipes de emergência confirmaram nesta sexta-feira 10 vítimas no Garoa Floresta, que funcionava sem a devida autorização, segundo o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul.
O incêndio começou por volta das 2h, horário local (05h GMT), disseram autoridades. Os bombeiros levaram cerca de três horas para controlá-lo.
“Peritos forenses estão no local para identificar as vítimas e investigar a causa do incêndio”, informou o Corpo de Bombeiros em comunicado.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, escreveu no X que vários feridos foram resgatados e levados ao hospital, mas não informou quantos.
As autoridades de saúde estimaram ainda nesta sexta-feira o número de feridos em 13, alguns em estado grave.
Imagens compartilhadas pela mídia brasileira durante a noite mostraram o prédio em chamas enquanto os bombeiros lutavam para extinguir o incêndio.
“Só tive tempo de calçar os chinelos e correr. Minha irmã, que morava no terceiro andar, acabou queimada até a morte”, disse Marcelo Wagner Schelech, 56 anos, ao jornal local Zero Hora.
“Aconteceu muito rápido. As pessoas gritaram ‘fogo!’ Quando vi, já estava a duas portas da minha. Saí correndo o mais rápido que pude, porque já havia muita fumaça”, disse também ao site de notícias G1 um morador não identificado do prédio.
O governador do estado, Eduardo Leite, prometeu investigar o incidente.
“Os bombeiros enviaram cinco camiões e dezenas de bombeiros para combater as chamas”, escreveu nas redes sociais.
“Continuaremos trabalhando no rescaldo desta tragédia e na investigação das causas. Minhas condolências às famílias das vítimas.”
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enviou suas condolências aos familiares das vítimas, dizendo em postagem nas redes sociais que a tragédia o deixou “entristecido”.
Enquanto isso, o legislador estadual Matheus Gomes acusou o governo municipal de financiar o abrigo para moradores de rua, apesar de ter enfrentado relatos de descumprimento dos regulamentos “durante anos”.
“É preciso que haja uma investigação não só do incêndio, mas de toda a crónica desta tragédia anunciada”, escreveu Gomes no X.
O prédio faz parte do grupo Garoa, que possui pelo menos 10 pequenos hotéis em Porto Alegre.
Em 2022, ocorreu um incêndio em outro hotel, matando uma pessoa e ferindo 11.
Fonte: www.aljazeera.com