Israel diz que o presidente brasileiro não é bem-vindo no país depois de comparar a guerra de Israel em Gaza ao Holocausto.
O Brasil chamou de volta seu embaixador em Israel, e Israel diz que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não é bem-vindo no país devido a uma rixa diplomática depois que Lula comparou a campanha militar de Israel em Gaza ao Holocausto.
“O que está a acontecer na Faixa de Gaza com o povo palestiniano não aconteceu em nenhum outro momento da história. Na verdade, aconteceu: quando Hitler decidiu matar os judeus”, disse Lula no domingo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas mataram sistematicamente seis milhões de judeus.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu os comentários de Lula como “vergonhosos e graves”.
Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, anunciou que Lula não é bem-vindo no país do Oriente Médio até que retire seus comentários.
“Não esqueceremos nem perdoaremos. É um sério ataque anti-semita. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire”, disse Katz ao embaixador do Brasil, segundo comunicado do gabinete de Katz.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse que convocaria o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para uma reunião no Rio de Janeiro.
“Ele [Brazilian Foreign Minister Mauro Vieira] também chamou de volta o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para consultas. Ele partirá amanhã para o Brasil”, acrescentou o Itamaraty nesta segunda-feira.
Entretanto, Lula, de 78 anos, também enfrentou reações negativas em casa devido às suas declarações no domingo, que ocorreram durante uma conferência de imprensa à margem de uma cimeira da União Africana em Adis Abeba.
O Instituto Brasil-Israel chamou seus comentários de “vulgares” e alertou que eles correm o risco de “alimentar o antissemitismo”.
Lula condenou os ataques de 7 de Outubro liderados pelo Hamas ao sul de Israel como um acto “terrorista” no dia em que aconteceram, e desde então tem-se tornado cada vez mais crítico da campanha militar de retaliação de Israel em Gaza.
Fonte: www.aljazeera.com