Governo diz que quatro morreram em troca de tiros após garimpeiros emboscarem policiais e agentes ambientais em terras Yanomami.

Garimpeiros ilegais emboscaram a polícia brasileira e agentes de proteção ambiental em um extenso território indígena na floresta amazônica, e quatro garimpeiros foram mortos a tiros em uma troca de tiros, disse o governo.

O Ministério do Meio Ambiente disse na segunda-feira que sua equipe foi atacada um dia antes, quando se deslocava para desmantelar um acampamento de garimpo administrado por uma gangue do crime organizado na reserva Yanomami.

O ministério disse em comunicado que a Polícia Federal do Brasil está investigando o incidente, que ocorreu depois que um ataque no sábado deixou um homem morto e outros dois gravemente feridos em território Yanomami.

A violência ocorre quando o governo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva no início deste ano retomou as batidas para remover garimpeiros ilegais que invadiram a maior reserva indígena do país sul-americano.

Durante anos, líderes indígenas pediram mais proteção para defender suas comunidades contra os garimpeiros ilegais, acusando-os de semear a violência.

Um relatório da Associação Hutukara Yanomami no ano passado constatou que a área marcada por “garimpo”, ou mineração de ouro selvagem, na reserva Yanomami aumentou 46% em 2021, para 3.272 hectares (8.085 acres) – o maior aumento anual desde o início do monitoramento em 2018.

“Além de desmatar nossas terras e destruir nossas águas, o garimpo ilegal de ouro e cassiterita [a key tin ingredient] no território Yanomami trouxe uma explosão de malária e outras doenças infecciosas … e uma onda assustadora de violência contra os povos indígenas”, disse o grupo.

Acredita-se que mais de 20.000 garimpeiros ocuparam a vasta reserva Yanomami, que tem o tamanho de Portugal e se estende pelos estados de Roraima e Amazonas, no canto noroeste da Amazônia brasileira.

O ex-presidente de extrema-direita do país, Jair Bolsonaro, promoveu maior desenvolvimento na Amazônia, enquanto seu governo enfraqueceu as agências brasileiras de proteção ambiental e de direitos indígenas.

Os Yanomami, estimados em aproximadamente 28.000 pessoas, disseram que as políticas de Bolsonaro ajudaram a aumentar as ameaças contra eles.

Segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, cerca de 80% dos garimpeiros que invadiram a reserva já foram despejados, e os que permanecem resistem com mais violência à remoção.

No comunicado desta segunda-feira, o Ministério do Meio Ambiente informou que 327 acampamentos de garimpo foram desmantelados, enquanto 18 aviões, um helicóptero e dezenas de embarcações foram destruídos na operação de desobstrução do território Yanomami.

O presidente Lula prometeu tolerância zero para a mineração em terras indígenas protegidas pela constituição do Brasil.

O Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, também está planejando operações de despejo em cinco outras reservas onde a extração ilegal de madeira e a mineração aumentaram sob o governo de Bolsonaro.

Fonte: www.aljazeera.com

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