O chefe da FIFA, Gianni Infantino, diz que a abordagem de ‘tolerância zero’ deve ser adotada quando o racismo acontece em partidas em todos os níveis.
Uma abordagem de “tolerância zero” deve ser adotada em relação ao racismo no futebol e os árbitros de todos os níveis devem interromper as partidas se tais incidentes ocorrerem, disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
Infantino se encontrou com Vinicius Junior, do Real Madrid, para discutir o racismo no esporte depois que o internacional brasileiro se manifestou quando foi alvo da torcida na Espanha no mês passado.
O chefe da Fifa rotulou os racistas de “criminosos” e disse que as autoridades do futebol devem “assumir a responsabilidade”.
Vinicius, que é negro, tem sido alvo de abusos racistas contínuos de torcedores nos estádios espanhóis ao longo da temporada, com pouco feito por árbitros ou órgãos de futebol para protegê-lo.
No mês passado, o Real Madrid apresentou uma queixa ao Gabinete do Procurador-Geral do Estado espanhol alegando que o abuso racista de Vinicius constituiu um crime de ódio depois que o jogador foi alvo durante a derrota da La Liga para o Valencia.
“É muito importante não apenas falar sobre racismo e discriminação, mas agir de maneira decisiva e convincente – tolerância zero”, disse Infantino após se encontrar com Vinícius e o resto da seleção brasileira em Barcelona.
“Não há futebol se há racismo – então vamos parar os jogos. Os árbitros têm essa oportunidade nas competições da FIFA porque temos esse processo de parar o jogo, e ações devem ser tomadas em todos os níveis, também no nível nacional”, disse Infantino.
“É um problema relacionado ao futebol e não devemos procurar desculpas como: ‘É um problema da sociedade, então tudo bem no futebol’. No mundo do futebol, devemos agir de forma muito contundente”, disse Infantino.
“Queremos identificar os racistas nos estádios e nas redes sociais. Eles são criminosos. Eles devem ser banidos dos estádios em todo o mundo. As autoridades precisam levar essas pessoas ao tribunal e diremos isso a todos eles. Racismo é crime”, acrescentou.
Infantino pediu a Vinícius para liderar um ‘comitê anti-racismo especial da Fifa’.
“Pedi a Vinicius para liderar este grupo de jogadores que apresentará punições mais rígidas contra o racismo que serão posteriormente implementadas por todas as autoridades do futebol ao redor do mundo.”
— Gerenciando Madri (@managingmadrid) 15 de junho de 2023
Infantino disse que a Fifa criará uma força-tarefa, com Vinicius assumindo um papel de destaque, para fazer recomendações específicas.
A FIFA criou uma força-tarefa antirracismo em 2013 após um notório incidente de abuso sofrido na Itália pelo meio-campista do AC Milan Kevin-Prince Boateng, que é negro.
Boateng trabalhou com a força-tarefa que a Fifa encerrou em 2016, meses após a eleição de Infantino.
A Fifa disse então que a força-tarefa havia “cumprido completamente sua missão temporária”.
Fechar o painel antirracismo foi “um erro monumental”, disse um de seus membros, o jornalista anglo-nigeriano Osasu Obayiuwana, disse no Twitter.
“Isso é uma maldita piada? A @FIFAcom, a pedido de Gianni Infantino, dissolveu a força-tarefa antirracismo da FIFA da qual fiz parte de 2013 a 2016, apesar de eu ter dito a ele, em julho de 2016, para fortalecê-la e dar-lhe força. A Fifa disse que “cumpriu sua missão”. Levou 7 anos para eles perceberem que o racismo ainda está no futebol?”
Fonte: www.aljazeera.com