Pombas voam sobre a Estátua da Paz durante uma cerimônia para marcar o aniversário do bombardeio atômico dos EUA no Parque da Paz em Nagasaki, sul do Japão. | Kyodo News via AP

NAGASAKI, Japão — O chefe do Secretariado do Partido Comunista Japonês, Koike Akira, disse em uma entrevista coletiva em Nagasaki em 9 de agosto que a decisão da cidade de não convidar Israel para sua cerimônia anual de paz “não deve ser criticada”.

Koike disse isso quando questionado por repórteres sobre a exclusão de representantes do governo israelense do evento de paz realizado para comemorar o dia em que os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica na cidade em 1945. Estima-se que o ataque tenha matado pelo menos 74.000 pessoas, tanto na explosão inicial quanto pela radiação posterior.

Koike Akira do Partido Comunista Japonês. | JCP

Ele observou que o prefeito da cidade de Nagasaki explicou que a decisão foi tomada para “garantir o bom andamento da cerimônia” como organizador do evento. Ele acrescentou: “Esta explicação é razoável e não deve ser criticada.”

O ataque militar de Israel em Gaza é profundamente impopular no Japão, onde a maioria das pessoas é fortemente anti-guerra. Protestos eram esperados se autoridades israelenses estivessem presentes.

Quando a cidade anunciou em meados de julho que Israel não seria convidado, os EUA, o Reino Unido, o Canadá, a França, a Alemanha, a Itália e a União Europeia enviaram uma carta às autoridades de Nagasaki dizendo que “seria difícil para nós termos uma participação de alto nível” no evento.

O Partido Comunista Japonês criticou os países imperialistas ocidentais por esnobar o povo de Nagasaki. Koike disse: “A embaixadora britânica diz que o motivo de sua ausência é que Israel, diferentemente da Rússia, está apenas exercendo seu direito à autodefesa.” Ele acrescentou: “Este é claramente um padrão duplo.”

Salientando que o ataque israelense a Gaza é uma campanha desumana de genocídio em violação à Carta da ONU e ao direito internacional, o líder comunista disse: “É absolutamente inaceitável que os EUA, a Grã-Bretanha e outros países que concordam com eles justifiquem o ato israelense como apenas um exercício do direito de autodefesa”.

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CONTRIBUINTE

Shimbun Akahata


Fonte: https://www.peoplesworld.org/article/japanese-communists-defend-decision-excluding-israel-from-atomic-bomb-peace-ceremony/

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