Diante do iminente tratamento da nova versão da regressiva Lei Omnibus, chamada de “Bases” pelo governo para lhe dar um ar de refundação alberdiana, a união estadual inicia nesta segunda-feira uma medida de força no SENASA. “Esta greve irá certamente provocar perdas multimilionárias para o nosso país e o Governo é o único responsável”, declarou Rodolfo Aguiar. Todos os controles nos portos, aeroportos e alfândegas ficarão paralisados. Além disso, a fiscalização de todas as barreiras zoofitossanitárias será suspensa e o sindicato mobilizará o Congresso na terça-feira, 30 de abril.
A Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) fará uma greve de 72 horas no Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (SENASA) a partir da meia-noite de segunda-feira e as exportações e os controles sanitários serão paralisados em todo o país. “Esta greve irá certamente levar a perdas multimilionárias para o nosso país e o Governo é o único responsável. Se a Lei de Bases for aprovada, o Estado será destruído”, afirmou Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato.
A medida surge da opinião majoritária sobre o projeto de Lei de Bases, assinado esta quinta-feira na Câmara dos Deputados, que promove uma dura reforma do Estado que deteriorará significativamente o funcionamento dos organismos estatais, incluindo o SENASA. Por isso, no dia 30 de abril, a ATE se mobilizará perante o Congresso em um novo Dia Nacional de Luta no âmbito da Frente de Sindicatos Estaduais e Grêmios de Empresas Públicas, data em que o projeto será discutido na Câmara parlamentar. .
“A única linguagem que o Governo entende são os números e por isso decidimos paralisar todas as exportações. Todos os controlos nas alfândegas, portos e aeroportos serão suspensos e todas as barreiras de controlo zoofitossanitário no país serão levantadas”, indicou o governante.
Aguiar indicou que “Se esta lei for aprovada, o presidente Milei terá o poder de reestruturar qualquer órgão público, inclusive encolher, fundir e até dissolver qualquer organização”, e detalhou: “Pretendem deixar apenas a certificação de importações na órbita de SENASA, porque é a única coisa que interessa ao Governo obter divisas. As restantes funções serão delegadas a empresas privadas ou mesmo a estados provinciais. Querem também que os controlos nas fronteiras terrestres sejam transferidos para a Gendarmaria e nos aeroportos internacionais para a Alfândega.”
URGENTE!!
CONTRA A LEI BASE ATE LANÇA UMA PARADA DE 3 DIAS NO SENASA!!TODAS AS EXPORTAÇÕES ESTÃO SUSPENSAS!!
Esta medida é extrema e certamente levará a perdas multimilionárias. O Governo é o único e exclusivo responsável. Se a Lei de Bases for aprovada, o Estado ficará… pic.twitter.com/a0DWO8LVI3
— Rodolfo Aguiar (@rodoaguiar) 27 de abril de 2024
“O Governo tem que isentar o SENASA das organizações abrangidas pela lei”, concluiu o Secretário-Geral da ATE. O sindicato destacou a importância de ter um controle de qualidade e serviço de saúde forte e eficiente, especialmente diante de uma política de abertura de importações tão marcante como a do governo nacional.
Uma organização de alto desempenho
SENASA é o órgão responsável pela fiscalização da produção agroalimentar que possui autorização da Organização Mundial do Comércio para controlar os padrões fitossanitários necessários para exportar para outros países. É o órgão responsável por conceder as certificações necessárias ao comércio internacional. Ou seja, sem esses controles não haveria exportações, pois são a única organização argentina com poder para regulá-las.
Se as barreiras de controle zoofitossanitário forem levantadas, o status sanitário alcançado pela Argentina ficará em risco e a zona livre de moscas das frutas poderá ser perdida, o que dificultaria o comércio de produtos com os Estados Unidos, encarecendo consideravelmente os custos de exportação. A zona livre de febre aftosa também se perderia, então a carne que é comercializada entraria no circuito global de comercialização dos países com febre aftosa, perdendo o mercado dos países que compram carne do circuito não aftosa que paga muito mais (como o Japão ).
Além disso, não há razão para aplicar um corte neste sector, uma vez que é autofinanciado, e ainda contribui anualmente para o Estado argentino com dezenas de milhares de milhões de pesos.
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/04/28/contra-la-ley-bases-ate-lanzo-un-paro-de-3-dias-en-senasa-y-se-paralizan-las-exportaciones-a-partir-del-lunes/