Um novo comício foi realizado no âmbito da 10ª Marcha Nacional contra o Trigger Easy na Plaza de Mayo. Lá, familiares de pessoas assassinadas pela repressão institucional assassinadas em diferentes anos durante diferentes governos manifestaram-se novamente pedindo justiça. Com a participação de músicos solidários, diferentes mães e pais de vítimas, também lembraram Nora Cortiñas, que sempre acompanhou esta mobilização.

Parentes das vítimas erguem os punhos no encerramento do evento. Foto: Nico Ramos (ANRed).

Como acontece todos os anos em agosto, dezenas de fotos de jovens assassinados pela repressão estatal inundaram a Praça de Maio. Houve também palavras de ordem, tanto para as mais de 9 mil vítimas da repressão na democracia como para os 30 mil detidos desaparecidos, lembrando também Norita, já que esta foi a primeira mobilização sem ela. Entre as fotos das vítimas e outros slogans presentes, estava também o pedido de liberdade para os dois detidos (Daniela Calarco e Roberto Gómez), que ainda estão presos, por se manifestarem no dia 12 de junho contra a aprovação da Lei de Bases .

Foto: Nico Ramos.

Diferentes mães e pais de vítimas no gatilho falaram. Uma delas foi Nora, mãe de Juan Encina, que no ano passado participou pela primeira vez da mobilização poucos dias depois do assassinato de seu filho pelas mãos do policial Jorge Gerardo Montero, que era vizinho de Juan e atualmente está sendo processado liberado, mas impedido de se aproximar da família, que aguarda julgamento.

Nora Encina. Foto Nico Ramos (ANRed).

Outra intervenção foi a de Oscar Escobar, pai de Camilo Caupolicán Escobar, assassinado em 10 de janeiro de 2019 e cujo assassino (que havia mostrado distintivo policial antes de matar Camilo) se desconhece seu nome e paradeiro. Com contundência, Oscar denunciou a cumplicidade institucional e apelou à unidade e à reflexão nesta difícil situação. Além disso, referiu-se aos jovens: “este é também um apelo aos jovens que estão vivos, porque vão atrás deles”, acrescentou.

“Foi uma marcha emocionante, poucas organizações e familiares, mas éramos quem éramos e éramos quem éramos. Cada um de cada lugar contribuiu com o que pôde, fez o que pôde. Sabemos que estamos vivendo uma situação muito complicada. Pessoalmente, também estou vivendo uma situação de saúde e depressão muito complicada, mas isso não me impediu de estar aqui hoje nos 10 anos da Marcha Nacional. Não marchamos (mas sim uma manifestação) para nos preservar. Quando digo que todas as mães estão doentes, significa que todas as mães estão doentes. É uma realidade que o corpo está cobrando seu preço. E não só o sofrimento que suportamos por não ter o nosso filho presente, porque o carregamos na alma e no coração, mas porque todos os dias surge um novo filho de uma nova mãe. Isso nos machuca profundamente e essas dores se acumulam. Tiramos força de onde não a temos”, disse Emilia Vasallo em entrevista à ANRed, que apreciou a divulgação tanto da sua situação como de outras pessoas.

Na semana passada, Emília sofreu um episódio em que não foi atendida pela assistência social da SUTERH. Ao reagir à recusa de atenção do órgão, a resposta foi chamar a polícia, que prendeu Emília e ela passou 24 horas trancada. Após rápida divulgação e denúncias pertinentes, Emília foi libertada na última sexta-feira.

O recurso perverso de atacar a vítima

Em muitos casos, o recurso implementado por diferentes instituições e meios de comunicação hegemônicos é apresentar as vítimas como perpetradoras, algo que os familiares sofreram e repetidamente expressaram.

Foto: Nico Ramos (ANRed).

“Digo isso para outros familiares, porque já presenciei muitos outros julgamentos, eles não julgam quem está no banco dos réus do assassino, mas julgam nossos filhos que não estão mais aqui, e julgam o que somos como um família: se tivéssemos formação, se bebêssemos cerveja, se nosso filho fumasse baseado. Então eu falo para os familiares não permitirem isso, parem e digam: “aqui vou responder as perguntas que vocês me fazem sobre o que aconteceu no dia em que assassinaram meu filho, quem vocês estão julgando é quem está aí sentado”. . Acho que é muito importante não nos deixarmos apresentar como vitimizadores quando na realidade os nossos filhos são as vítimas e nós somos as vítimas por isso”, reflete Emília.
Norita presente

“Morávamos a 20 quarteirões de distância, ela era uma amiga. Companheiro No dia do meu julgamento, não suportamos ver a assassina do meu filho ali, e ela estava conosco. Quando vi, tudo ficou nublado e Norita me abraçou e me disse: “Eu te dou toda a minha força e todo o meu amor”, e ela nos preservou emocionalmente”, lembra Emília nesta que foi a primeira marcha sem Norita.

Da mesma forma, Emilia se lembrou dela em meio às lágrimas, durante seu discurso no evento, assim como outras pessoas ao pegarem o microfone gritando: “Norita Cortiñas… Presente! Nós venceremos!

Foto: Nico Ramos (ANRed).

Fonte: https://www.anred.org/2024/08/27/esto-tambien-es-un-llamado-a-los-jovenes-que-estan-vivos-porque-van-por-ellos/

Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/08/28/esto-tambien-es-un-llamado-a-los-jovenes-que-estan-vivos-porque-van-por-ellos/

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