Anderson Torres era chefe de segurança de Brasília quando manifestantes atacaram prédios do governo na cidade.

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Anderson Torres, responsável pela segurança em Brasília durante a invasão de prédios do governo na semana passada, foi preso sob suspeita de “omissão” e “conivência”.

Torres, ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso após retornar ao Brasil no sábado após férias na Flórida, o mesmo estado americano para o qual Bolsonaro viajou depois de perder a eleição para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-ministro disse na quinta-feira que as provas produzidas pela polícia foram retiradas do contexto quando sua casa foi invadida esta semana.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou a prisão de Torres na terça-feira. Não ficou imediatamente claro quais eram as acusações, mas Moraes citou a suposta “omissão” e “conivência” de Torres.

O novo ministro da Justiça, Flavio Dino, disse que as autoridades dariam a Torres até segunda-feira para retornar ao Brasil ou ele enfrentaria a extradição.

Ao saber da ordem de detenção de Moraes, Torres disse no Twitter na terça-feira que interromperia suas férias e voltaria ao Brasil para se entregar.

Dino também confirmou a descoberta na casa de Torres de um projeto de decreto propondo medidas emergenciais para uma possível “correção” da eleição de outubro, que Lula venceu por margem mínima.

O projeto de decreto sem data e sem assinatura traz o nome de Bolsonaro no rodapé. Mas Dino disse que a autoria era desconhecida.

Torres disse no Twitter que o documento era “provavelmente” parte de uma pilha de papéis destinados a serem destruídos, acrescentando que o conteúdo do rascunho foi tirado “fora do contexto” para “alimentar falsas narrativas” contra ele.

Na semana passada, milhares de “bolsonaristas” invadiram os prédios do governo, quebrando janelas e móveis, destruindo obras de arte de valor inestimável e deixando mensagens pichadas pedindo um golpe militar.

O Supremo Tribunal Federal concordou em abrir uma investigação contra Bolsonaro por supostamente encorajar os protestos.

Promotores investigarão Bolsonaro por possível “instigação e autoria intelectual dos atos antidemocráticos que resultaram em vandalismo e violência em Brasília no último domingo”, disse o Ministério Público em comunicado nesta sexta-feira.

Bolsonaro nunca reconheceu publicamente a vitória de Lula e partiu para os Estados Unidos – onde permanece – dois dias antes da posse.

Fonte: www.aljazeera.com

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