Exemplo de inclusão do ECMPO

Na comunicação de Hualaihué, a região de Los Lagos, a província de Palena (Chile), é a grande recentemente destacada nas redes sociais, pelo canal informativo: “Espaços costeiros”.

Esse espaço costeiro, inicialmente solicitado por nove comunidades mapuche, inclui hoje em seu plano de administração para 19 comunidades indígenas, 32 sindicatos de pescadores, 55 miticulturais, 11 empresas de turismo, 9 estabelecimentos educacionais e 53 conselhos de vizinhança, como observado. Esse modelo de gestão, destacado por sua inclusão e desenvolvimento cultural e econômico, é um exemplo de como o ECMPO pode integrar vários atores na governança coletiva da borda costeira, um fato replicado em vários territórios costeiros do sul do país.

O ECMPO Mañihueico-Hainay, destaca com essa abordagem inclusiva que permitiu harmonizar os usos tradicionais com atividades econômicas, demonstrando que a sustentabilidade e o desenvolvimento local podem coexistir.

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A Lei 20.249, também conhecida como Lei de Lafkenche e promulgada em 2008, é a base legal que permite a criação desses espaços. Seu objetivo é proteger os direitos costumeiros dos povos originais e promover o gerenciamento sustentável da borda costeira.

De acordo com o relatório da ONU 2025, esta lei e o ECMPO são um “modelo exemplar” para a proteção dos direitos indígenas e da governança oceânica inclusiva. O Relator Especial da ONU, Astrid Puentes Riaño, enfatizou que esses espaços são “boas práticas” que devem ser replicadas globalmente, pois combinam a conservação cultural e ambiental com uma abordagem do ecossistema.

A ONU enfatizou que esse modelo “protege os laços culturais, espirituais e econômicos dos povos originais com o mar”, enquanto promove a participação ativa de vários atores na administração do território.

Compatibilidade entre o ECMPO com a pesca artesanal e outras atividades econômicas

O escritório nº 31364 do governo do Chile, do chefe da divisão do governo interno, emitido em novembro de 2024, reforça essa visão, apontando que o ECMPO é compatível com a pesca artesanal e outras atividades econômicas.

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Os regulamentos garantem que os direitos constituídos pelos pescadores artesanais e outros usuários sejam respeitados, garantindo que a criação desses espaços não gerem conflitos. Além disso, a Comissão Regional para o uso da borda costeira (CRUBC) desempenha um papel fundamental na coordenação dessas atividades, promovendo a participação de todos os atores envolvidos.

ECMPO e governança coletiva

Este modelo de governança inclusivo não se limita a Hualaihué. Em outras áreas, como Isla Apiao, Caulín, San Juan de la Costa e Achao, processos participativos que integram comunidades indígenas, pescadores e outros usuários da borda costeira também foram implementados. Esses esforços refletem um compromisso com a sustentabilidade e o respeito pelos direitos ancestrais, alinhados com as diretrizes da Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (FAO), que promovem o desenvolvimento e reconhecimento equitativos do conhecimento tradicional.

Assim, a lei de Lafkenche e ECMPO representa um avanço significativo na proteção dos direitos indígenas e na gestão sustentável dos recursos marinhos. Como apontou a ONU, esses espaços são um “padrão global” que combina a conservação ambiental com a inclusão social, demonstrando que é possível proteger o meio ambiente enquanto as comunidades locais são fortalecidas. Em Hualaihué e outras comunidades costeiras, esse modelo continua sendo um farol da esperança para a governança coletiva da comunidade e a sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Fonte: https://argentina.indymedia.org/2025/02/25/modelo-de-inclusion-y-gobernanza-colectiva-en-chile-ley-ecmpo-integra-a-pueblos-originarios-y-pesca-artesanal-en-gestion-costera/

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