O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chamou de volta seu embaixador em Israel, Federico Mayer, após o Estado Sionista declarar o presidente brasileiro persona non grata por comparar o genocídio israelita em Gaza ao holocausto liderado pelos nazis durante a cimeira da União Africana realizada em Adis Abeba, Etiópia.
Muitos líderes mundiais já condenaram o assassinato indiscriminado de civis palestinianos indefesos, reconhecendo-o como um genocídio apenas comparável ao nazismo de Hitler. Segundo a Reuters, fontes com conhecimento das discussões internas disseram na segunda-feira que o Brasil não pretende se retratar do comentário do presidente Lula.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não tem paralelo em outros momentos históricos… Na verdade, aconteceu quando Hitler decidiu matar os judeus”, disse Lula durante a 37ª assembleia ordinária da União Africana em Adis Abeba, no domingo. 18 de fevereiro.
“Não é uma guerra de soldados contra soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado contra [Palestinian] mulheres e crianças”, acrescentou o presidente brasileiro.
Embaixador do Brasil em Tel Aviv é chamado de volta por Lula. Medida é uma resposta ao fato de Israel ter convocado o diplomata para uma reprimenda ao Brasil. Leia: https://t.co/xXd3cnCaFI pic.twitter.com/QEeVvmWBW1
— Folha de S.Paulo (@folha) 19 de fevereiro de 2024
Imediatamente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o presidente Lula havia ultrapassado a linha vermelha e o ministro das Relações Exteriores, Yisrael Katz, declarou publicamente que o presidente brasileiro persona non grata em Israel, o que o impediria de visitar o país.
“Lula convoca o embaixador brasileiro em Tel Aviv. A medida é uma resposta ao fato de Israel ter convocado seu diplomata para repreender o Brasil”, publicou a Folha de São Paulo nas redes sociais, sem mencionar que a entidade sionista fez um espetáculo público ao convocar o diplomata brasileiro de forma distante das práticas diplomáticas.
No memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, o ministro sionista das Relações Exteriores, Yisrael Katz, disse ao embaixador do Brasil, Federico Mayer, que Israel “não esquecerá e não perdoaremos”, em uma cerimônia de convocação fortemente coberta pela mídia local. “Em meu nome e em nome de todos os cidadãos israelenses”, disse Katz,
dizer ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que ele retire as suas declarações.
No domingo, Lula definiu a campanha militar de Israel contra a Resistência Palestina como “genocídio e massacre”. Depois, afirmando que não houve outro momento semelhante na história, exceto “quando Hitler decidiu matar os judeus”. Muitos líderes mundiais fizeram declarações semelhantes devido à atroz campanha genocida lançada pela entidade de ocupação contra os palestinianos, rotulada por muitos como limpeza étnica.
Gleisi Hoffmann, presidente do movimento político de Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT), disse à Folha de São Paulo que Netanyahu “não tem autoridade moral ou política para apontar o dedo a ninguém”.
Em 7 de Outubro, a Resistência Palestiniana liderou um ataque a mais de 20 comunidades de colonos israelitas, supostamente causando 1.200 mortes e quase 5.500 feridos, capturando 253 reféns. Depois disso, Israel declarou guerra e iniciou uma campanha de bombardeamentos sobre a Palestina, que até agora deixou 28.900 palestinianos mortos, a maioria crianças e mulheres, bem como mais de 68.800 feridos.
No entanto, o meio de comunicação israelita Haaretz informou recentemente que helicópteros militares israelitas e tanques mataram muitos dos alegados 1.200 soldados e civis israelitas que Tel Aviv afirma terem sido mortos pela Resistência Palestiniana.
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Fonte: mronline.org