Manon Aubry

É provavelmente o mais importante desde maio de 1968.

Primeiro, pelo grande número de manifestantes. Foram dez dias diferentes de mobilização massiva e mais de três milhões de pessoas nas ruas.

Mas também por causa do nível de raiva que está sendo expressado. Poderíamos fazer um paralelo com o movimento dos “coletes amarelos”. Nesse caso, as coisas começaram com uma questão econômica – o aumento do imposto sobre os combustíveis – mas se transformaram em um movimento democrático muito mais amplo, por exemplo, reivindicando o direito de realizar referendos por iniciativa dos cidadãos.

Os coletes amarelos foram espontâneos, enquanto o movimento de reforma previdenciária é liderado por sindicatos – mas ambos ilustram uma crise democrática mais profunda. O uso do Artigo 49.3 para forçar a aprovação do projeto de lei, sem votação no parlamento e contra a vontade da maioria, nos levou a um novo nível de raiva.

O que impressiona é a profundidade da mobilização em curso – entre os trabalhadores que são os primeiros a sofrer, como ferroviários, coletores de lixo e trabalhadores de refinarias de petróleo. Cidades grandes e bem pequenas. Funcionários do setor público e privado. Mas também os jovens, que aderiram massivamente às mobilizações nos últimos dias. Após meses de luta, ele conta com 80% de apoio popular e Macron está mais isolado do que nunca.

Source: https://jacobin.com/2023/03/france-protests-retirement-pension-age-macron

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