O FMI prevê um declínio ainda pior na economia do que a sua projeção anterior. Os dados coincidem com os do Banco Mundial e com os números do setor interno que custam o emprego a quem os menciona.

Ilustração: Marcelo Spotti.

Na sua actualização de Julho das Perspectivas Económicas Mundiais (WEO), o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu as previsões de crescimento dos seus países membros e decidiu que as da Argentina pioraram.

Segundo o recálculo, a economia nacional cairá 3,5%, ainda mais do que a recessão prevista em Abril, onde a queda prevista para este ano segundo o FMI era de 2,8%.

“O programa fiscal e monetário está no caminho de manter a inflação sob controlo, mas teve impacto na atividade porque há menos despesa pública e as condições monetárias foram mais restritivas”, explicaram os economistas da organização internacional numa conferência.

Apesar da indiferença, o principal credor da Argentina não é o único a considerar que a actividade nacional está em declínio.

O Banco Mundial

No seu relatório de Janeiro intitulado Perspectivas Económicas Mundiais, o Banco Mundial (BM) previu um crescimento de 2,3% para a região da América Latina e das Caraíbas, que tinha registado um abrandamento económico significativo em 2023, apesar dos bons desempenhos do Brasil e do México. Contudo, a organização teve que rever as suas previsões e no relatório de abril recalculou que a América Latina crescerá apenas 1,6% em 2024 graças à âncora que a Argentina representa.

“Se tirarmos a Argentina da mistura, voltaremos a uma estimativa de cerca de 2,2%”, disse o economista-chefe do BM para a região, William Maloney, numa conferência de imprensa.

Segundo a organização, as únicas economias do continente que não crescerão este ano são as do Haiti, com queda projetada de -1,8%, e a da Argentina, que cairá -2,8%.

Já no relatório anterior do FMI, o fracasso da administração de Javier Milei à frente das finanças nacionais começou a ficar evidente, especialmente se os números forem comparados com os anteriores à sua posse.

Nessa altura, o crescimento da economia projetado pelo FMI para 2024 tinha passado de 2,8% – que tinha calculado em outubro de 2023 – para -2,8: uma queda de 5,6%.

Data da UIA

Sinais de alerta também emergem do setor interno e não são bem recebidos. Em linha com os dados que a União Industrial Argentina (UIA) já havia mencionado, o empresário têxtil e conselheiro do Governo, Teddy Karagozian, foi demitido após afirmar em entrevista ao LN+ na noite de terça-feira: “Não prevejo a recuperação e não é irá acontecer”.

Pouco antes, a UIA tinha publicado o seu último inquérito que registava números catastróficos: em maio, a atividade industrial despencou 14,3% em termos anuais e 0,6% em relação a abril. Até o momento em 2024, a queda do setor é de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos de emprego, a indústria perdeu 21.285 postos cadastrados no último ano.

A saída de Karagozian, quase imediatamente após as suas declarações, foi anunciada pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni, nas suas redes sociais pessoais, na tarde de quarta-feira. Fiel ao seu estilo, publicou: “Demian Reidel, Chefe dos Assessores do Presidente do Presidente da Nação, tomou a decisão de destituir um dos seus membros do Conselho que preside: Teddy Karagozian. Fim”.

O empresário confirmou em sua própria conta X (ex Twitter) e se recusou a acrescentar informações.

Quinze minutos antes da comunicação de Adorni, o subsecretário de Imprensa, Javier Lanari, tuitou: “O único Teddy que vale a pena…” junto com uma foto do famoso urso.


Fonte: https://canalabierto.com.ar/2024/07/18/no-anda-los-numeros-externos-e-internos-que-molestan-a-milei/

Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/07/18/no-anda-los-numeros-externos-e-internos-que-molestan-a-milei/

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