Salou Hassan fica em frente à cabana de dois cômodos em que mora com sua família na beira da estrada lotada com cerca de 140 pessoas em Niamey, Níger, 31 de julho de 2023. O Níger é o terceiro país mais pobre do mundo, mas as sanções econômicas significa que as coisas estão prestes a ficar ainda piores para pessoas como Hassan. | Sam Mednick / AP
LONDRES — A União Europeia disse na segunda-feira que responsabilizará os autores do golpe no Níger por quaisquer ataques contra cidadãos, diplomatas e embaixadas da UE. O alerta vem depois que apoiadores do golpe militar de quarta-feira protestaram em frente à embaixada francesa no domingo e atearam fogo a uma porta.
Milhares de pessoas foram às ruas da capital Niamey para denunciar o ex-governante colonial do país, muitas agitando bandeiras russas e cantando o nome do presidente russo, Vladimir Putin.
A UE prometeu aplicar “de forma rápida e resoluta” as sanções ao Níger que a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) concordou no domingo. As medidas incluem a suspensão de todas as transações comerciais e financeiras entre os estados membros da CEDEAO e o Níger e o congelamento de ativos nacionais em bancos centrais regionais.
As sanções econômicas podem ter um impacto profundo sobre os nigerianos, que, segundo dados das Nações Unidas, vivem no terceiro país mais pobre do mundo. O Níger depende de importações da Nigéria para até 90% de sua energia, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável.
As sanções podem ser desastrosas, e o Níger precisa encontrar uma solução para evitá-las, disse o primeiro-ministro deposto do país, Ouhoumoudou Mahamadou, no domingo. Ele disse à Radio France Internationale: “Quando as pessoas dizem que há um embargo, as fronteiras terrestres estão fechadas, as fronteiras aéreas estão fechadas, é extremamente difícil para as pessoas.
“O Níger é um país que depende fortemente da comunidade internacional.”
O presidente francês Emmanuel Macron repreendeu os líderes do golpe, dizendo-lhes que seu país não toleraria nenhum ataque contra a França ou qualquer um de seus interesses econômicos.
A França já tomou medidas para suspender a cooperação de segurança, bem como a ajuda financeira ao Níger e se juntou ao coro internacional de vozes que pedem a libertação imediata do presidente deposto Mohamed Bazoum, que está detido desde quarta-feira.
As nações da África Ocidental deram aos líderes golpistas uma semana para restabelecer o presidente eleito democraticamente e ameaçaram usar a força se a demanda não for atendida.
O grupo militar controlador supostamente prendeu vários funcionários do governo na noite de domingo. Entre eles estavam Mahamane Sani Mahamadou, ministro do Petróleo e filho do ex-presidente Mahamadou Issoufou; Kassoum Moctar, ministro da educação; Ousseini Hadizatou Yacouba, ministro de Minas; e Foumakoye Gado, o presidente do partido no poder.
Estrela da Manhã
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Fonte: www.peoplesworld.org