“Apocalypse in the Tropics” está transmitindo na Netflix.

O novo documentário de Petra Costa aborda a política do evangelicalismo brasileiro com ferramentas redolentes de uma verdadeira história de crime. Mas, apesar de toda a sua análise forense-entrevistas, imagens de arquivo, uma pontuação que se sentiria em casa em “The Staircase”-“Apocalypse in the Tropics” fica desanimadamente aquém de uma exposição cozida que descobre a verdade. Em vez disso, apenas escova a superfície do poder religioso, não interroga significativamente sua mecânica subjacente e fascínio visceral.

Começa com a história do pregador pentecostal Silas Malafaia, um aliado do ex -presidente do homem forte Jair Bolsonaro. Sua ascensão ao destaque é intercalada com imagens de arquivo da construção da Brasília, uma vez pretendidas para ser a capital modernista da social -democracia católica na América Latina. A mensagem é clara: esse otimismo foi prejudicado pelo aumento constante do pentecostalismo a partir da década de 1950, quando a população evangélica do país começou a crescer; A partir de 5%, no meio do século, o movimento agora representa mais de um quinto da população (e o aumento). Essa mudança impulsionou a ascensão de um novo direito político, graças aos líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977 e, mais tarde, a própria Assembléia de Deus da Malafaia em Cristo em 1993.

Infelizmente, a Costa escolhe investigar essa história com a voz autoral de um novato; Apesar do quanto ela pode realmente saber, sua narração finge ingenuidade. Suas tentativas de explicar como essas novas igrejas e movimentos prejudicaram e reconectaram a política brasileira – para não falar de como a hipocrisia ética está enredada em todo o poder religioso – não conseguiu coerenciar jornalístico ou esteticamente. Aprendemos alguns nomes e datas, mas não como ou por que o Brasil se tornou o que é.

O pentecostalismo brasileiro é uma fé construída na encruzilhada da estética do luxo e uma tradição de adoração extática, prometendo seus devotos riquezas incontáveis enquanto remontam aos grandes templos talmúdicos e apelos à guerra espiritual. O filme, no entanto, falha em lidar com aspectos básicos de seu magnetismo para os pobres – sua grandeza ritual, seu evangelho de riqueza, suas origens nas promessas de curar e curar. O foco do filme na tradição raramente se estende além das fotos fugazes de pintura, arquitetura e a oração expirada.

O filme falha em lidar com aspectos básicos de seu magnetismo para os pobres.

A pouca luz que o filme oferece é gerada por entrevistas com os eleitores cotidianos antes da eleição presidencial do Brasil em 2022. Por exemplo, Costa se senta com Malafaia, um pastor que já foi alinhado com o partido dos trabalhadores de Luis Inácio Lula da Silva, mas mudou de alianças para Bolsonaro. Embora exista uma franqueza aterrorizante nessa e em outras entrevistas-com assuntos alternando entre reivindicações de altruísmo e retórica anti-indígena biliosa-o filme raramente investiga a psicologia dessas contradições ou a mecânica do poder que lhes permite se tornar tão perigosa.

A abordagem investigativa da Costa geralmente cuida de direções especulativas de arranhão na cabeça. Por exemplo, ela cuidadosamente retrocede e repete imagens públicas de transmissão de uma troca entre Bolsonaro e Malafaia-como se fosse uma pista em um mistério de assassinato-mesmo que suas conexões tenham sido bem documentadas. Ela repete suas perguntas em voz alta, mas raramente faz progresso em direção a seus alvos. O resultado é menos revelador do que os documentários com temas semelhantes, principalmente “Lula” de Oliver Stone e “The Edge of Democracy”, indicado ao Oscar de Costa.

Costa fez um filme para os recém -chegados não familiarizados com a última década de política brasileira que mal limpa a barra de uma introdução mínima. “Apocalipse in the Tropics” explora o resultado final da influência gasosa da igreja pentecostal nos mundos da televisão e das finanças brasileiras, mas mal menciona essas causas. Há uma sensação de grande moção histórica para as arremessadoras de drones de Costa de multidões vestidas de amarelo e verde, mas raramente apresentam o contexto necessário de qual lado da divisão religiosa estamos realmente vendo. A violência política entra em erupção, mas pouco contexto é fornecido. Costa fala de um Brasil utópico, como imaginado pela geração que precede a ditadura militar que assumiu o controle em 1964, mas essa abordagem é limitada a amplas banalidades-para não falar de sua sobreposição identitária com a direita força que o filme espera expor. O filme não é externamente crítico nem autocrítico o suficiente para desconstruir os blocos de construção da teocracia.

Os contratos de “apocalipse nos trópicos” toda vez que devem expandir seu escopo investigativo. Apesar de suas muitas perguntas, ele comete o cardeal documentarista pecado de presumir uma audiência sem conhecimento básico nem curiosidade, resultando em uma incursão visual e emocional por conta própria.

Fonte: https://www.truthdig.com/articles/post-catholic-brazil-101/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=post-catholic-brazil-101

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