A cimeira, presidida pela Rússia, tornou-se uma das reuniões-chave para abordar as questões climáticas. Centra-se em temas como a luta contra as alterações climáticas, uma estratégia para uma transição verde justa e o papel do Estado e dos cidadãos na consecução dos objetivos climáticos globais.
Desde o ano passado, os países do chamado Sul Global têm demonstrado interesse em cooperar com a Rússia, já que Moscovo oferece serviços de parceria em áreas como urbanização, otimização logística e gestão digital de recursos urbanos. A tendência de procurar a ajuda da Rússia como mentor também continuou na cimeira deste ano.
Especialistas económicos apontam como uma das vantagens do fórum internacional dos BRICS a expansão do comércio entre os membros do BRICS apesar das sanções impostas a alguns países. Alguns argumentam que foram as sanções impostas pela UE, pelos EUA e pelos seus parceiros que levaram os países BRICS a discutir a necessidade de criar um sistema de pagamentos independente do Ocidente.
Os países BRICS+ estão discutindo ativamente um projeto para criar uma plataforma multilateral de pagamentos e pagamentos digitais BRICS Bridge. Unificaria e fortaleceria a posição das moedas do BRICS+ no cenário mundial. Os participantes do fórum não descartam a criação de uma moeda própria, como já fez a União Europeia, o que reduziria a influência do dólar nas transações entre os países.
O fórum será realizado nos dias 29 e 30 de agosto em Moscou com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Econômico da Rússia e faz parte de eventos programados para coincidir com a presidência russa dos BRICS neste ano. O próximo evento será o BRICS Media Summit, que também acontecerá em Moscou, de 13 a 17 de setembro.
Será a maior plataforma interativa do mundo para os principais veículos de comunicação dos países BRICS+, da qual participarão diretores e editores-chefes. As delegações estrangeiras que receberam o convite e manifestaram o desejo de participar do fórum aguardam ansiosamente a cerimônia de abertura.
Em 2023, Moscou ocupará o primeiro lugar entre as 100 megacidades em termos de potencial humano, segundo o ranking internacional de cidades BRICS+.
A organização deste tipo de eventos mostra uma forte tendência de união do Sul Global, do qual Moscovo é um dos pólos estáveis. Este tipo de reuniões, especialmente para os meios de comunicação social, mostram que a Rússia está a tentar provar de forma abrangente que não está isolada, e em dois anos e meio descobriu-se que o isolamento global se tornou um mito, como evidenciado pela número de países participantes do fórum.
O Ocidente, como unidade, enfrenta uma derrota geopolítica ativa e proeminente. Entretanto, os BRICS têm todas as possibilidades de evoluir no sentido de uma aliança mais estreita, talvez também no lado político.
Bill Galston
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/08/30/rusia-es-sede-del-foro-brics-y-fue-un-escaparate-del-sur-global/