A resposta entrou como uma onda de marés.

Inesperado e avassalador …

Crescendo até que ele colidiria em todo o país.

As pessoas marcharam em todas as cidades. Em todas as rodovias.

Eles assumiram as estradas. Desligue o tráfego.

E prometeu ficar nas ruas até que suas vozes fossem ouvidas.

E não era uma pequena lasca da sociedade.

Era todo mundo … estudantes, professores, trabalhadores, ambientalistas … comunidades indígenas.

Mas também a classe média e até os ricos. Empresários e banqueiros.

Eles marcharam. Eles cantaram. Um coral retumbante ecoou “não” em todo o país, suas vozes saltando da costa para a costa. Recusando -se a cair ou ser silenciado.

O foco de sua raiva? Um novo contrato governamental com uma mina-a maior mina de cobre de pit aberto da América Central. 300.000 toneladas de cobre por ano. Mais da metade das exportações panamenhas. Ele estava em operação por alguns anos, mas nunca sob um contrato legal. O Supremo Tribunal do Panamá a decidiu inconstitucional. O presidente Laurentino Cortizo prometeu renegociar o acordo.

Quando terminaram, o presidente anunciou a notícia a uma grande fanfarra, anunciando os lucros inesperados, os empregos e os benefícios da empresa de mineração canadense – o primeiro quântico – concederia ao país. O Congresso aprovou o contrato no mesmo dia.

Mas os panamenhos não estavam tendo isso.

Eles e seus ancestrais viveram um século de invasões e ocupação dos EUA. A área ao redor do Canal do Panamá era conhecida como a zona do canal e, por cem anos, pertencia ao tio Sam. Uma zona segregada do apartheid, aproximadamente metade do tamanho de Rhode Island, bate no meio de seu país. Fora dos limites para os panamenhos, exceto os que trabalham e servem os caprichos do pessoal militar e das famílias que vivem sob as estrelas e listras.

E esse novo contrato cheirava muito parecido. Cediu os direitos de terras e soberanos à empresa canadense por longos períodos de tempo.

O presidente do Panamá prometeu que os lucros fortaleceriam o fundo de segurança social do país e aumentariam as pensões. Ele aplaudiu os empregos.

Os panamenhos não se importaram. Eles não estavam entregando um pedaço de seu país a uma nação estrangeira novamente.

“A soberania do nosso país está em perigo. É por isso que estou aqui”, disse um manifestante em uma capa de chuva amarela, marchando sob uma espessa chuva. Esse sentimento ecoou as vozes de milhares – milhões – em todo o país. E eles cumpriram suas promessas de permanecer nas ruas, apesar de tudo.

Os dias se transformaram em semanas, que se transformaram em mês. Os obstáculos fecharam o país. O gás acabou nos postos de gasolina. As prateleiras do supermercado ficaram vazias. E ainda assim os protestos continuaram…. Até. 28 de novembro de 2023. O dia que celebra a independência do Panamá da Espanha.

Naquela manhã, o Supremo Tribunal de Justiça do país decidiu inconstitucional o novo contrato de mineração.

Os manifestantes acenaram com a bandeira panamânia vermelha, branca e azul. Eles dançaram nas ruas em frente à Suprema Corte. Eles cantaram o hino nacional.

As pessoas fizeram o que o presidente e o Congresso não o fizeram. Eles haviam defendido seu país contra os interesses de uma nação estrangeira, que havia prometido dinheiro e desenvolvimento-mas a que custo? A destruição de seu ambiente. A perda de um pedaço de terra panamenha nas mãos de uma entidade estrangeira … de novo?

Não está acontecendo.

A ocupação dos EUA do Panamá não é história antiga, aqui. Ainda está na vanguarda da mente de todos. O mesmo acontece com as décadas de sangue, suor e lágrimas que foram necessárias para finalmente reconquistar a região do Canal do Panamá dos Estados Unidos em 1999.

Eles se lembram da invasão dos EUA de 1989. Eles se lembram dos milhares mortos. Eles se lembram de como era ter um enclave dos EUA no meio de seu país. E os panamenhos não estão voltando para lá novamente.

Não nas mãos de uma mina de cobre canadense. E certamente não na ordem de Donald Trump.


Este é o episódio 12 de Histórias de Resistência-um novo podcast co-produzido pelo Real News and Global Exchange. A cada semana, traremos histórias de resistência como essa. Inspiração para tempos sombrios.

Escrito e produzido por Michael Fox.

Michael Fox relatou do chão no Panamá durante os protestos de meses. Você pode ver as reportagens dele para as notícias reais aqui. Você pode ver as fotos dele dos protestos, aqui em seu Patreon, onde também pode apoiar o trabalho dele: www.patreon.com/mfox.

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Source: https://therealnews.com/trump-wants-panama-canal-but-panamanians-resist

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