Os trabalhadores da imprensa organizados no Sindicato da Imprensa de Buenos Aires (SiPreBA) exigem a reabertura da paridade. Eles se declaram em estado de alerta diante da “crise salarial” e dos avanços patronais na legislação trabalhista e previdenciária.
Compartilhamos o comunicado do SiPreBA:
Um verão com a imprensa em alerta: exigimos negociação e respeito aos direitos
Exigimos a reabertura da articulação CCT 301/75 para o período de janeiro a abril, bem como conclamamos as empresas do setor a cumprirem suas obrigações e dialogarem com a legítima representação sindical nas redações.
Desde o SiPreBA manifestamos nosso estado de alerta e reclamação diante de uma série de decisões empresariais fracassadas, proferidas entre o final de 2022 e este recente ano de 2023, que agravam a precária situação trabalhista de diversos meios de comunicação escrita, jornais e portais da cidade de Buenos Aires Aires. Preocupa-nos que diante de tamanha crise salarial, as empresas levantem como bandeira a falta de diálogo, a recusa em conciliar posições e, ainda mais, avançar em direitos adquiridos e descumprir a legislação trabalhista e previdenciária. A inflação anual chegou a 94,8% e o acordo mal chegou a 56%, por isso exigimos o óbvio: reabertura imediata e presença do nosso sindicato na imprensa coletiva. Nesse sentido, fazemos parte da reivindicação nacional pelos salários de todo o sindicato que promove a nossa Federação, a FATPREN.
Desde dezembro, as assembléias de Perfil y jornal popular permanecer em alerta para diferentes e graves violações por parte dessas empresas. Não pagam o abono decretado pelo governo, devem parte do abono de natal e, no Popular, não cumprem sequer as obrigações da contribuição social. Situação semelhante aflige os companheiros do Agência NA, a quem as despesas de reforma e saúde são sistematicamente depositadas com atrasos, afetando a sua cobertura médica. No Clarín, após as medidas de recomposição salarial realizadas ao longo de 2022, em dezembro as reivindicações se concentraram no Velho jornal. Mas o correlato por parte da empresa foi a infeliz decisão de realizar descontos salariais massivos que afetaram mais de 25% do salário dos colegas, que ganham bem abaixo da cesta básica. Na Página/12 as reivindicações com paralisações e paralisações de trabalho. E, a este panorama, acrescenta-se a situação em elDiarioAR, redação que vive um contexto de incertezas devido ao afastamento da direção jornalística fundadora do meio. Por seu lado, a Assembleia da Crónica/BAE Exige recategorização, implementação e melhorias diante dos salários miseráveis.
Os conflitos levados a cabo pelas assembleias refletem uma realidade: os salários na imprensa escrita caminham para uma deterioração ainda maior depois da inexistente revisão por pares que, em novembro de 2022, ratificou um mísero aumento anual de 56% para salários conformados. A situação é alarmante para quem recebe o salário de testemunha do editor, que foi fixado em $ 115.775,45 brutos para o mês de dezembro. Ou seja, cerca de US$ 50.000 abaixo da linha da pobreza. E, diante disso, estamos mais preocupados com o fato de as empresas terem optado pelo caminho inverso à solução: descumprimento das leis trabalhistas e previdenciárias, apertos e falta de diálogo.
Diante desse quadro, exigimos do SiPreBA a reabertura da paridade da CCT 301/75 para o período de janeiro a abril. Exigimos que esta negociação seja com a plena participação do nosso sindicato, como acontece em outras áreas onde nossa organização intervém satisfatoriamente. Assim como ocorre na tabela da CCT 541/08, com os jornais de mais de 15 localidades do país, realizada pela direção da FATPREN com lideranças do SiPreBA. E também como acontece com os delegados do nosso sindicato na Telefe, Agencia Télam, TV Pública, América TV e Radio Nacional.
Mais uma vez, convocamos as empresas e câmaras do setor a dialogar com quem tem legitimidade de representação sindical real nas assembléias e redações.
Sindicato da Imprensa de Buenos Aires
13 de janeiro – #SiPreBA2023
Source: https://argentina.indymedia.org/2023/01/17/un-verano-con-prensa-en-estado-de-alerta/