Emilio Parodi, gerente de Recursos Humanos da empresa durante a última ditadura, foi preso nesta tarde por ordem do juiz Ernesto Kreplak em um caso que investiga sequestros, torturas e desaparecimentos forçados de trabalhadores da fábrica Molinos Río de la Plata, em Avellaneda. Parodi será investigado nas próximas horas.

A fábrica Molinos em Avellaneda. Depoimentos dão conta de pessoas que foram sequestradas ali mesmo.

Redacción: Fernando Tebele. Edición: Pedro Ramírez Otero.

Ernesto Kreplak, encarregado do Juizado Federal Criminal e Correcional nº 3 de La Plata, fez o que poucos juízes ousam fazer: avançar com uma ação de crimes contra a humanidade que investiga a responsabilidade de grandes empresas, nacionais e multinacionais, que fizeram parte de a perseguição de seus trabalhadores.

Emilio Parodi deve ter se surpreendido esta tarde quando a comissão judiciária-policial chegou a sua casa em Olivos. É possível imaginar essa cena, porque até agora você pode contar nos dedos de uma mão as causas em que avançou quando a investigação passou para o lado das responsabilidades empresariais durante o último genocídio. Mas, além dessa possível surpresa, a notícia é que o ex-gerente de Recursos Humanos da Molinos acabou sendo preso minutos antes da publicação desta nota.

Kreplak avança na investigação de um caso de sequestros, torturas e desaparecimentos de trabalhadores de Molinos Río de la Plata. Há inclusive no caso depoimentos de pessoas que foram sequestradas na própria fábrica da Deán Funes 90, em Avellaneda.

Parodi não era mais um em Molinos. Ele ocupou o cargo de gerente de 1974 até a década de 1990. Chegou à sua atual situação de réu, e certamente processou, com base no depoimento de trabalhadores que dizem que ele foi o responsável por elaborar uma lista de pessoas que posteriormente foram sequestradas.

Há dois tipos de casos de crimes contra a humanidade em que a Justiça caminha devagar e tem pressa de não avançar: os de crimes ligados a quadrilhas parapoliciais que atuavam antes da instalação da ditadura e com o apoio do governo da presidente Maria Estela Martinez de Perón; e as causas que expõem a participação de uma perna empresarial na concretização do último genocídio. Em alguns casos houve avanços, muito menos nos casos envolvendo grandes empresas. Assim, o fato de Kreplak ter dado um passo à frente só pode ser recebido como uma boa notícia, mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer para chegar a um julgamento oral e público.


Fonte: https://laretaguardia.com.ar/2023/07/detuvieron-a-un-gerente-de-molinos-por-crimenes-de-lesa-humanidad.html

Fonte: https://argentina.indymedia.org/2023/07/04/detuvieron-a-un-gerente-de-molinos-por-crimenes-de-lesa-humanidad/

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