Os trabalhadores da imprensa de Buenos Aires realizaram nesta sexta-feira um ato massivo em frente à redação do Clarín para exigir a reintegração dos trabalhadores, no marco da jornada de luta salarial na Imprensa Escrita.

Fotos: Emiliana Miguelez e Patricia Pérez Ferraro.

Em um ato massivo que contou com a presença de trabalhadores de diferentes meios de comunicação privados, públicos e autogestionários de sindicatos de imprensa, sindicatos, organizações políticas e sociais, as 48 demissões que o Grupo Clarín está tentando realizar e que estão momentaneamente suspensas pelo conciliação obrigatória expedida pelo Ministério do Trabalho.

A abertura esteve a cargo de Matías Cervilla, delegado do Clarín e secretário de Assuntos Profissionais do SiPreBA. “A união dos trabalhadores é um valor fundamental que defendemos do sindicato porque é a nossa ferramenta de luta. Buscam rodar o eixo com demissões para não discutir salários”, afirmou.

A seguir, Clara Uranga, secretária de imprensa do sindicato e ex-deputada do Clarín, leu uma carta em homenagem a todos os colegas da empresa, que, infelizmente, não é a primeira vez que se deparam com um cenário dessas características.

Por sua vez, Sebastián Díaz, também delegado da empresa, disse: “O Clarín não escuta, mas vamos gritar cada vez mais alto”. “Estamos fartos de salários miseráveis, o medo deve ser trocado pela luta, pelos nossos 48 demitidos e por todos os trabalhadores da imprensa”, completou.

Aproximando-se da solidariedade das redações e de todo o sindicato Diego Martínez, delegado do Página/12, pediu “cobertura privada das demissões” e sentenciou: “A liberdade de expressão dessas empresas é uma farsa. Temos que nos fortalecer nessa luta em segundo plano.”

Por sua vez, Florencia Defelipe, delegada do Perfil, considerou que “no movimento operário não deve haver rachaduras”. “Não podemos permitir que os empresários continuem colocando a mão no nosso bolso. Vamos continuar essa luta que acaba de começar”, destacou.

Carla Gaudensi, secretária-geral da Fatpren e assessora do SiPreBA, enfatizou que o objetivo dos patrões é “atacar nossos salários e empregos” e pediu que não esqueçamos “que não é uma luta econômica, é política”. “Vamos continuar sabendo que os protagonistas são os trabalhadores”, concluiu.

O encerramento do ato esteve a cargo do secretário-geral do SiPreBA, Agustín Lecchi, que lembrou que o sindicato é o legítimo representante dos trabalhadores da imprensa da Cidade de Buenos Aires. Assim foi reconhecida pelos colegas de cada empresa jornalística e pelo Ministério do Trabalho ao lhe conceder status sindical. No entanto, ele destacou que -baseando-se em uma apresentação judicial- as empresas se recusam a negociar a paridade.

“Vamos lutar em todas as áreas. Se for preciso ir à Justiça, vamos acampar porque quanto mais demora uma definição, mais cresce a fome entre os nossos colegas”, encerrou.

Source: https://argentina.indymedia.org/2023/04/22/acto-frente-a-clarin-en-defensa-de-nuestro-oficio-contra-los-despidos-y-por-sipreba-en-paritarias/

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