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Alienígenas salvadores do planeta!

Entre bilionários e líderes políticos mundiais, a grande tarefa de liderar o mundo para a superação da crise é proposta sob o lema “Cooperação em um mundo fragmentado”, mas nem mesmo o enviado ao Fórum pelo governo dos Estados Unidos, John Kerry, acredita ela: “os planos de um seleto grupo de seres humanos que pensam em salvar o planeta… parece coisa de extraterrestres”.

As questões abordadas foram resumidas nas seguintes conclusões finais: há cooperação de grandes consórcios que através do Fórum vão enfrentar as mudanças climáticas, buscar superar o “desafio da guerra na Ucrânia e dos refugiados”, impulsionar o comércio e a inovação tecnológica.

Participaram mais de 50 chefes de estado, aproximadamente 56 ministros das finanças, quase 19 presidentes de bancos centrais, mais de 1.500 líderes empresariais e instituições internacionais como a OMC ou o Banco Central Europeu.

Os resultados do Fórum são bastante questionados por especialistas e desconhecidos da maioria. Não é que as reflexões desses elegantes senhores não mereçam atenção, o que acontece é que, devido a sua posição, eles não querem discutir as causas devastadoras do sistema capitalista mundial, a desigualdade ou a pobreza.

Isso, sem levar em conta as críticas generalizadas aos milhões gastos com segurança, a poluição gerada pelos 1.040 vôos de aviões particulares equivalentes à mobilidade de cerca de 350.000 carros, ou o aumento da demanda por prostituição, durante a semana que dura o Fórum.

Quem organiza o Fórum e por quê?

Cerca de 1.000 grandes empresas garantem o encontro com sua contribuição como membros do Fórum. São empresas com atuação mundial e faturamento/capital superior ao de muitos países periféricos.

Notas irônicas apontavam que este Fórum só atraiu aquelas pessoas que querem tirar fotos com alguns líderes reconhecidos, procurar emprego, fazer negócios ou fazer lobby.

A impossibilidade de abordar seriamente a economia no Fórum reside no fato de o Fórum se tornar o espaço que aspira a legitimar a ideologia e o discurso da elite mundial por meio de um debate supostamente democrático e inclusivo.

Por esta razão, a própria natureza da classe (uma burguesia capitalista com a intenção de ser uma plutocracia mundial) com interesses opostos às necessidades da grande maioria cuja riqueza emerge da pobreza mundial, é diametralmente oposta às necessidades comuns do mundo economia, aliás, esses indivíduos são justamente a própria personificação do capital, são parte do problema.

ações isentas

Uma série de líderes mundiais de países periféricos e emergentes, líderes sociais, cientistas ou mesmo milionários rebeldes que participaram do Fórum estão isentos da impostura dessa comédia, devido aos seus protestos sérios contra o sistema.

Por exemplo, a denúncia do presidente da Colômbia Gustavo Petro que, no seio de indivíduos com grandes interesses capitalistas, revelou a irracionalidade do sistema capitalista mundial. A participação de lideranças de povos indígenas responsáveis ​​por cuidar da riqueza da biodiversidade do planeta, mas que sofrem assédio e usurpação por parte de particulares. Cientistas que atestam a gravidade do desastre climático e o limite planetário, assim como a afirmação de jovens ambientalistas como Greta Thunberg e Helena Gualinga. Bilionários como Mark Ruffalo e outros que exigiam impostos mais altos, argumentando que o mundo não pode mais suportar a “riqueza extrema”. A participação de jovens promotores de mudança ou de mulheres, embora a sua participação se centrasse no encontro de mulheres empresárias que eclipsaram outros problemas mais urgentes para as mulheres. A intervenção do enviado do governo chinês que manteve a necessidade de paz, cooperação e soluções práticas para ultrapassar a crise.

Mesa de discussão sobre a América Latina

Também foi realizado um debate latino-americano com a participação de representantes do Equador, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e Brasil.

Os temas analisados ​​e as sugestões giraram em torno do desafio de desenvolver uma integração energética no marco dos objetivos climáticos, preservando os ricos ecossistemas da região, apoiando os setores dos MiPyMEs, articulando mercados, além de atender saúde e educação no âmbito social .

Ambições econômicas e aspirações ideológicas

Numa estância termal dos Alpes Suíços, terminou esta versão do Fórum, que mantinha latente a ambição do capital, querendo conquistar um certo consenso em torno da sua própria ideologia privada. Como dizia seu fundador Klaus Schwab: “dominar o futuro” frase que não para de causar certo arrepio.

Apesar do nome, este Fórum apenas promove a ideologia capitalista para sua legitimação e divulgação. Por outro lado, seus silêncios intencionais evitam abordar e analisar a economia das cidades, suas necessidades, suas dificuldades.

Por fim, depois da comédia encenada, os povos continuam a conviver com os desafios que a crise lhes exige, suportando a exploração e a violência que se exerce diariamente a partir do capital. Mas desenvolveremos esse tópico na segunda parte.

Source: https://argentina.indymedia.org/2023/01/20/retos-para-la-economia-de-los-pueblos-en-2023-parte-i-la-ambicion-economica-del-capital-trasladada-al-foro-economico-mundial-en-davos/

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