Em 11 de janeiro, o povoado de Juliaca, em Puno, no sul do Peru, percorreu as ruas do povoado de pobres e explorados, levando sobre os ombros os 17 caixões onde se encontravam os restos mortais das vítimas do massacre perpetrado por policiais e militares em 9 de janeiro. Todos foram mortos por armas de fogo. A responsabilidade desse crime, que dói, dói até o peito, é do regime golpista e oligárquico de Boluarte e do estado corporativo estadunidense, guardião do capitalismo colonialista imposto aos países latino-americanos.

A líder do Movimento de Mulheres Somos Todas Micaela, Gony Sosa, destacou que todos os movimentos populares das províncias e departamentos estão se coordenando para realizar uma grande marcha com o objetivo de sitiar Lima, exigindo a renúncia de Dina Boluarte. A ação se chama Segunda Marcha dos Quatro Suyus, porque a primeira foi contra o ditador e genocida Alberto Fujimori, e Sosa argumentou que 90% do povo rejeita Boluarte.

Gony Sosa explicou que em 2023 todas as concessões de empresas multinacionais que exploram bens comuns, como petróleo, ouro e gás, devem ser renovadas, e que Pedro Castillo informou que empresas que não pagam impostos não podem continuar com a pilhagem. Para a líder feminista, esse é um fator fundamental para entender o golpe.

Por outro lado, o presidente do Conselho de Ministros do governo ilegal, Alberto Otárola, nesta terça-feira, 10 de janeiro, após o massacre em Juliaca, acusou todos os cidadãos que se manifestaram contra a ditadura de serem terroristas, pagos pelo narcotráfico e o governo não permitirá que entrem na cidade de Lima. Imediatamente depois, um toque de recolher foi imposto em Puno.

Ao mesmo tempo, o Ministério Público iniciou uma investigação preliminar contra Dina Boluarte por genocídio, homicídio e lesões graves nas manifestações sociais que começaram há mais de um mês, desde a vacância de Pedro Castillo como presidente, nas regiões de Apurímac, La Libertad, Puno, Junin, Arequipa e Ayacucho.

O Ministério Público informou que integrantes de seu gabinete, como Alberto Otárola; O ministro do Interior, Víctor Rojas, e o ministro da Defesa, Jorge Chávez, também serão investigados. Diferentes formadores de opinião votam para que a iniciativa legal seja objetiva e puna os responsáveis.

Enquanto isso, neste 11 de janeiro ocorreram vários protestos no país, pedindo a saída de Boluarte, o fechamento do Congresso golpista e a realização de novas eleições gerais. Todos eles foram afogados pela polícia militar, embora a repressão em Cusco tenha sido especialmente dura, onde os fardados usaram balas contra os manifestantes.

Em Callao, Lima, uma vigília começou às 18h “pelos assassinatos perpetrados por Dina Boluarte e o gabinete Otárola, apoiados pelo Congresso e pela mídia da capital”. E para quinta-feira, 12 de janeiro, às 17h, a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru convocou uma mobilização na Plaza Dos de Mayo, em Lima, que diz “Fechamento do Congresso, já! Nova Constituição! Peru na luta Fora Dina Boluarte, assassina! Renúncia da diretoria do Congresso! Abaixo a repressão criminal!”

Source: https://argentina.indymedia.org/2023/01/11/peru-17-ataudes-recorren-juliaca-mientras-la-lucha-popular-no-da-un-paso-atras/

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