O governador da Província de Santa Fé, Maximiliano Pullaro, declarou que analisa a possibilidade de indultar policiais condenados “injustamente”, em sua opinião. A Rede Federal de Defesa dos Direitos Humanos e da Democracia, que integra organizações de direitos humanos, organizações sindicais, jurídicas e da sociedade civil, entre outras, repudiou o anúncio e garantiu que a medida “só pode aprofundar a violência policial e a corrupção”. assassinatos de trabalhadores na cidade.”
Compartilhamos a declaração:
A Rede Federal de Defesa dos Direitos Humanos e da Democracia repudia a tentativa de indulto aos policiais condenados em Santa Fé.
Repudiamos a proposta pública do Governador de Santa Fé, Maximiliano Pullaro, de indulto a dois policiais condenados por crimes graves, em um caso homicídio qualificado de duas pessoas e no outro um delegado de polícia que deu ordem para suspender a custódia de gabinetes judiciais que posteriormente foram alvejados, ambos os casos crimes cometidos no exercício das suas funções.
Um dos candidatos ao indulto é o policial do Comando Radioelétrico do Rosário Luciano Mariano Nocelli, que, em 21 de maio de 2019, matou um casal que momentos antes tentava roubar uma carteira. Já reduzido, ferido e caído no chão, ele atirou neles à queima-roupa e os matou. Em abril de 2022, um tribunal oral o condenou a 25 anos de prisão por homicídio agravado pelo uso de arma de fogo. Outro é o ex-chefe da polícia provincial Marcelo “Conejo” Gómez, demitido e acusado em 2019 por ter montado guardas fixas em edifícios judiciais que foram imediatamente alvo de ataques com armas de fogo. Gómez aceitou um julgamento abreviado e foi condenado a um ano de prisão suspensa por abuso de autoridade.
A Constituição da província de Santa Fé reconhece ao Governador o poder de perdoar ou comutar penas, mas proíbe-o de fazê-lo nos casos em que o condenado seja funcionário público ou empregado que cometa o crime no exercício de seu cargo ( art. 72 inc. 16 CPSF).
Além disso, em 2015, o então governador Antonio Bonfatti autolimitou os poderes para perdoar, excluindo também os funcionários públicos, conforme estabelecido pela Constituição, outros crimes graves, como homicídios ou crimes sexuais.
Do governo nacional, com a reforma do Código Penal anunciada pela Ministra da Segurança Patrícia Bullrich, que legitima o gatilho fácil e proíbe os familiares das vítimas de recorrer à justiça, e agora o governo da província de Santa Fé, É apoia a violência da polícia e de outras forças, que teve e tem consequências tão trágicas no nosso país.
Desde o caso Chocobar e com aquelas propostas de reforma penal que ampliam infinitamente as hipóteses de “legítima defesa” e “legítimo cumprimento do dever” a ponto de permitir o disparo de uma arma regulatória em caso de fuga, contra pessoas desarmadas ou por trás e a privação do direito de apresentar queixa, o agora possível perdão de dois agentes da polícia condenados por actos graves de violência está a construir um endosso oficial para agentes da polícia assassinos e corruptos.
A violência que Rosário sofre está ligada às gangues narco-policiais – como prova um dos casos “em estudo”, justamente condenado por facilitar o ataque a edifícios judiciais – portanto tal perdão só pode aprofundar a violência policial e a corrupção que eles gerar.os assassinatos de trabalhadores na cidade.
Lembremos que a base para a nulidade dos indultos aos genocidas e repressores da ditadura concedidos por Carlos Menem foi que diante do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, a obrigação do Estado argentino não é apenas investigar, mas também punir crimes aberrantes, dever que não pode ser objeto de exceções.
Rejeitamos enfaticamente esta nova subjugação dos direitos e garantias das pessoas, que, além de violar todo o sistema regulatório interno e internacional, é proibida pela Constituição da província governada por Pullaro.
Fonte: https://argentina.indymedia.org/2024/03/27/repudian-el-intento-de-indultar-a-policias-condenados-en-santa-fe/